Produção vitivinícola tem sido favorecida pela ação do fenômeno La Niña |
É com expectativa de uma colheita farta e de qualidade superior que os vitivinicultores do Vale dos Vinhedos, região que abrange Bento Gonçalves, Garibaldi e Monte Belo do Sul, na serra gaúcha, aguardam a abertura da nova safra da uva.
Para o período que se inicia nos primeiros dias de janeiro e segue até março, a previsão é de que a produção supere em 15% o ciclo anterior.
Os trabalhos de colheita estão embalados não somente por esses dois fatores. O aumento do preço da uva, que passou de R$ 0,46 o quilo para R$ 0,52 o quilo – valorização de 13% – é um fator que motiva o vitivinicultor, que há quatro anos não tinha a cotação de seu produto reajustado. Embora o valor tenha ficado abaixo do que era reivindicado, os representantes do setor têm a perspectiva de vender a fruta acima do valor mínimo.
Esse otimismo nos parreirais já reflete na indústria, que anuncia elevada demanda da matéria-prima para sucos, vinhos e espumantes. A uva comum, a chardonnay e a resling são as mais procuradas. O presidente executivo do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Carlos Paviani, estima colheita 20% maior nos parreirais destinados à fabricação de vinho, especialmente pela entrada de novas áreas de plantio que estão começando a produzir agora.
— A perspectiva é boa. O clima está equilibrando chuva e sol em boas quantidades e o calor deve garantir uma matéria-prima de qualidade — avalia o executivo.
A chuva registrada em dezembro não chega a preocupar os produtores.
— Em geral, a safra deverá ser muito boa. Foi um episódio isolado, e claro que nos preocupamos com os produtores afetados, mas não é nada que comprometa o resultado — afirma o diretor executivo da Federação das Cooperativas Vinícolas do Rio Grande do Sul (Fecovinho), Hélio Marchioro.