31 dezembro 2010

Sinto prazer em dizer que a autoestima do povo brasileiro aumentou, diz Lula

Presidente falou sobre a economia do país e 

dos desafios do novo governo

Após governar durante oito anos, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, deixa o governo no próximo dia 1º. Em entrevista exclusiva à TV Brasil, Lula afirmou que termina o mandato em uma situação confortável e entregará à presidenta eleita, Dilma Rousseff, um país 'infinitamente melhorado'.
— Sinto prazer em dizer que a autoestima do povo brasileiro voltou a crescer. Vocês nem imaginam o que eu ouço quando abraço cada pessoa, eles agradecem à Deus. É fantástico, o povo voltou a acreditar em si mesmo, a acreditar no Brasil — disse o presidente.
A estabilidade econômica foi outro ponto abordado por Lula, que destacou o fato de um ter chegado à Presidência da República para consolidar a economia do país.
— Foi preciso chegar um operário metalúrgico, metido a socialista, para consolidar o Brasil como um país de economia capitalista. O crédito total era de R$380 bilhões em março de 2003, era o crédito disponibilizado para o Brasil. Hoje, o Brasil tem R$1,64 trilhão disponibilizado.
O presidente também ressaltou o fato de ter governado olhando para todos os setores da sociedade, sentindo o Brasil em sua totalidade.
— Não é possível alguém governar este país com seus olhos enxergando apenas para a Avenida Paulista ou, muito menos, para a Esplanada dos Ministérios. Há um mundo real que um presidente tem de conhecer. Um presidente não tem de conhecer a cara de quem frequenta o Palácio do Planalto, tem de conhecer o povo na rua.
Lula disse ainda que um dos principais desafios ao assumir o governo foi provar para alguns segmentos da sociedade que tinha capacidade de governar.
— Tinha de provar primeiro se era possível. Se nós teríamos condições de mudar o governo. Vim para cá com a ideia de que eu não podia errar e com uma convicção de que se eu errasse, nenhum outro trabalhador poderia se candidatar à Presidência da república. Porque já vínhamos vencendo todos os preconceitos — afirmou.
O presidente disse que ainda não sabe o que vai fazer após deixar o cargo.
— Quero desencarnar da Presidência, fazer uma reflexão interna. Saio satisfeito e vou descer aquela rampa [do Palácio do Planalto] com orgulho de dizer que nunca mais alguém pode duvidar da capacidade de luta da classe trabalhadora.