24 janeiro 2011

Diferente da estiagem no Sul, lavouras no norte do RS são beneficiadas pelas chuvas

Dallanora estima produtividade média de 3
mil quilos por hectare, repetindo desempenho
 do ano passado
— Se a gente pedisse a Deus, a chuva não cairia tão na medida — brinca sorridente o produtor Celso Dallanora, 58 anos, mergulhado quase até a cintura nos altos pés de soja espalhados pelos 50 hectares da propriedade no interior de Tapera, no Norte gaúcho.
Enquanto na Metade Sul a estiagem avança, o prejuízo cresce e o rebanho encolhe, na Metade Norte a chuva acima da média e a boa produtividade consolidam no Estado uma safra de contrastes.
A produção de soja no Norte é considerada tão boa como a do ano passado, uma das melhores de todos os tempos. Na região de Passo Fundo, que abrange 70 municípios e 20% da produção do grão no Estado, a Emater prevê colheita de aproximadamente 2,4 milhões de toneladas. No caso de Dallanora, a estimativa é repetir o rendimento médio obtido em 2010 que alcançou 3 mil quilos por hectare.
— O clima será primordial até meados de março, mas os resultados atuais confirmam a tendência de uma safra muito boa e lucrativa — explica Cláudio Dóro, assistente técnico de culturas da Emater.
O mocinho do Norte é também o vilão do Sul: o clima. A escassez de chuva na Metade Sul implica quebras nas lavouras e há risco de que metade da soja plantada seja perdida. Apesar disso, o complexo portuário da Termasa-Tegrasa, responsável por movimentar 70% da soja gaúcha, mantém o otimismo.