24 janeiro 2011

Herdeiros políticos assumem cadeiras na Assembleia

Neta de Brizola, Juliana deixa a Câmara 
para ocupar cadeira na Assembleia 
Em uma semana, com o início da 53ª Legislatura, a Assembleia Legislativa gaúcha renovará 40% de seus integrantes. Porém, uma prática segue sem se renovar: a tradição da herança política. Dos 55 deputados eleitos, oito são familiares de figuras expressivas da política rio-grandense. Em alguns casos, os herdeiros são os mais votados de seus partidos.
A prática, antiga, não é exclusividade do Rio Grande do Sul ou do Brasil e permeia todos os grandes partidos. No Legislativo gaúcho, Edegar Pretto e Miriam Marroni, do PT; Maria Helena Sartori e Marcio Biolchi, do PMDB; Silvana Covatti, do PP; Juliana Brizola, do PDT; Marcelo Moraes, do PTB, e Lucas Redecker, do PSDB, são filhos, esposas ou neta de políticos conhecidos. Todos pertencem às mesmas legendas que seus "padrinhos".
Entre as representantes do sexo feminino, apenas Juliana não é esposa de político. A neta de Leonel Brizola seguiu os passos do avô e começou a carreira como vereadora em Porto Alegre. Agora, deixa a Câmara para, como a mais votada do PDT (61.305 votos), ocupar uma cadeira na Assembleia. Maria Helena Sartori, Silvana Covatti e Miriam Marroni são esposas, respectivamente, do prefeito de Caxias do Sul, José Ivo Sartori, e dos deputados federais Vilson Covatti e Fernando Marroni. Não estão em primeiro mandato. Silvana está se reelegendo como a mais votada do PP (85.604 votos) depois de fazer dobradinha com o marido na campanha. Maria Helena fez a primeira tentativa em 2002 e, como suplente, acabou assumindo uma vaga. Tentou outra eleição em 2006, mas não obteve sucesso. Esta é a primeira vez que se elege de fato. Miriam ficou na suplência em 2002, e ocupou uma vaga entre 2005 e 2006. Agora, estava em quarto mandato como vereadora em Pelotas.
Márcio Biolchi, filho do ex-deputado Osvaldo Biolchi, também não é estreante. Começou a carreira cedo, como vereador em Carazinho, e conquistou o primeiro mandato na Assembleia em 2002. Em 2008, passou a integrar o secretariado do governo da tucana Yeda Crusius.
Entre os herdeiros, além de Juliana, são estreantes no Parlamento gaúcho Edegar, Marcelo e Lucas. Os três capitanearam votos dos pais. Marcelo, vereador em Santa Cruz do Sul, é filho do deputado federal Sérgio Moraes e da prefeita da cidade, Kelly Moraes, também do PTB.
Edegar e Lucas chegam ao Parlamento prometendo dar continuidade ao trabalho de seus pais, os ex-deputados federais Adão Pretto (PT) e Júlio Redecker (PSDB), ambos já falecidos. Edegar foi o mais votado do PT (69.233 votos) com as mesmas bandeiras do pai em defesa dos agricultores familiares e da reforma agrária. Mas já conhecia os trâmites da política. Nas últimas três legislaturas, foi chefe de gabinete na Assembleia do deputado Dionilso Marcon (PT).
Lucas (69.043 votos) foi o mais votado do PSDB. Antes de se eleger foi candidato a prefeito e vice-prefeito de Novo Hamburgo, assessor do gabinete da ex-governadora Yeda Crusius e da bancada tucana na Assembleia.