25 fevereiro 2011

Pelo menos 148 brasileiros deixam a Líbia de navio para chegar amanhã à Atenas

 Navios de vários países aguardam em Malta 
 para resgatar estrangeiros na Líbia
Os 148 brasileiros, 48 portugueses, 20 espanhóis e um tunisiano começaram a embarcar na manhã de hoje — tarde na Líbia — no navio que sairá de Benghazi, no litoral líbio, em direção à Grécia. 
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, a previsão é que o processo de embarcação dure cerca de duas horas, e a viagem até Atenas (na Grécia) demore aproximadamente 17 horas. Os brasileiros e estrangeiros devem chegar amanhã à capital grega. O mau tempo atrasou parte do embarque. 
O navio foi fretado pela empresa Queiroz Galvão e desde ontem aguardava autorização para atracar no porto de Benghazi. Mas havia uma fila de navios à espera e as condições meteorológicas eram ruins. Há informações de que as autoridades da Líbia estão apreendendo os passaportes de estrangeiros que vivem no país. Por essa razão, os funcionários da Queiroz Galvão viajam sem passaporte. 
A Embaixada do Brasil na Líbia presta assistência consular aos brasileiros e trabalha na emissão de documentos de autorização para retorno deles ao Brasil. A previsão é que os brasileiros, ao chegar em Atenas, sigam para o aeroporto e embarquem de volta para o Brasil. 
Na Líbia, há dificuldades para os pousos e decolagens e também limitações no aeroporto de Trípoli, a capital do país. Houve tentativas de buscar os brasileiros em Benghazi por via aérea, mas a pista do aeroporto da cidade foi destruída. 
Na quarta-feira, um primeiro voo fretado chegou à ilha de Malta, no Mediterrâneo, com 446 funcionários da Odebrecht que estavam na capital líbia, Trípoli, incluindo 114 brasileiros. A construtora negociou ainda o fretamento de três aviões para a retirada de funcionários e das famílias da Líbia. 
O governo do líder Muamar Kadafi é alvo de protestos desde o último dia 15. Há estimativas de mais de 600 mortos. Também existem denúncias de violação de direitos humanos e crimes contra a humanidade. 
Kadafi nega as acusações e informou, em pronunciamento no começo desta semana, que permanecerá no poder. Ele está no governo desde 1969.