09 março 2011

Após desembarcar nesta manhã na Capital, Sanfelice deve ficar preso em Montenegro

Dois policiais gaúchos ligados a Interpol 
acompanham a viagem do empresário
Quase três anos após a fuga, o empresário Luiz Henrique Sanfelice deve voltar para uma prisão gaúcha. Depois de uma viagem de quase 14 horas, a partir da Espanha, onde se refugiu, ele deve desembarcar na manhã desta quarta-feira no aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, após conexão no Aeroporto de Cumbica, em Garulhos (SP).
Tudo indica que ele retornará para a Penitenciária Modulada de Montenegro. Foi nesta prisão onde ele cumpriu parte da condenação de 19 anos de prisão imposta pela Justiça de Novo Hamburgo pelo assassinato da mulher dele, a jornalista Beatriz Helena de Oliveira Rodrigues, 43 anos, no Dia dos Namorados de 2004.
Sanfelice é escoltado pelo delegado Farnei Franco, da Delegacia da Imigração (Delemig), da Polícia Federal no Rio Grande do Sul e representante da Interpol no Estado, e outro agente, que foram até Madri para cumprir a ordem judicial de extradição do Tribunal de Justiça madrilenho.
A previsão é de que ele saísse na noite de terça-feira (horário de Brasília) do aeroporto espanhol, mas, em Porto Alegre, a Polícia Federal ainda tinha a confirmação do embarque.
Trancafiado em uma cela em Montenegro, Sanfelice precisará aguardar a instauração de um procedimento administrativo disciplinar (PAD) que vai apurar a fuga. Depois, o documento vai ser encaminhado ao juiz Eduardo Almada, da Vara de Execuções Criminais de Porto Alegre, que se dedica a julgar fugas e faltas graves cometidas por apenados na Região Metropolitana.
O magistrado decidirá o destino do empresário: Sanfelice permanecerá cumprindo pena no semiaberto — de onde fugiu em abril de 2008 —, ou terá o regime regredido para o fechado. Sanfelice foi recapturado em maio de 2010, em Bollulos de la Mitación, nos arredores de Sevilha, no sul da Espanha. Lá vivia com a segunda mulher, Andrea Soares.
O empresário tem cidadania espanhola e fugiu para a região da Andazulia, após conseguir a segunda via do passaporte no consulado-geral da Espanha, no Rio. Ele alegou que o documento original tinha sido roubado, mas, na verdade, estava apreendido.