José Armando Kroth, de Santa Cruz do Sul, se diz apreensivo com preço do fumo |
O rigor da indústria na classificação do fumo está provocando atraso na entrega da matéria-prima por parte dos fumicultores gaúchos. Os produtores estão à espera de um preço melhor para repassar o produto, que terminou de ser colhido em fevereiro.
De acordo com a Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Tabaco, apenas 20% da produção no Sul do país foi repassada às indústrias até agora. No ano passado, nesse mesmo período, o volume vendido já chegava a 30%. O presidente da Câmara, Romeu Schneider, destaca que o câmbio desfavorável e a alta produtividade da safra, de cerca de duas toneladas por hectare, são os principais fatores para esse resultado negativo. A classificação tem sido usada pela indústria para baixar o preço pago ao produtor.
— Nos últimos 10 anos, as indústrias vinham sendo mais tolerantes na classificação. Como a diferença de preço entre uma classe de tabaco e outra é grande, o produtor é que acaba pagando pela desclassificação — explica Schneider.
Apreensivo, José Armando Kroth, 46 anos, prepara na sua propriedade, no interior de Santa Cruz do Sul, o fumo que deverá ser comercializado a partir desta semana.
— Os produtores estão reclamado bastante. Espero ter um preço melhor, se não terei de reduzir a produção na próxima safra — avalia Kroth.