15 março 2011

Uma estreia em família na Expodireto deste ano

Mateus, de Marau, registrou a posse do irmão
caçula Gabriel em uma das máquinas à venda
na feira
De um lado, o olhar do irmão mais velho. Do outro, o sorriso do caçula. Com o celular na mão direita, Mateus Pastre, 21 anos, mira as máquinas com o visor da câmera fotográfica. No vão da roda de uma colheitadeira, Gabriel Pastre, 13 anos, boné virado na cabeça, aguarda o flash e esbanja alegria.
— Eu nunca havia sonhado em ver isso — repetia.
O fascínio tem explicação. Foi a primeira vez de Gabriel na Expodireto Cotrijal, aberta na segunda-feira em Não-Me-Toque. Um mundo novo para quem vive em uma lavoura de 60 hectares movida à soja no interior de Marau, a mais de cem quilômetros de Não-Me-Toque. Animados, os irmãos admiram as novas tecnologias com cautela. Afinal, falta dinheiro no bolso.
Há dois meses, a família investiu cerca de R$ 76 mil em um trator de 75 cv pelo programa Mais Alimentos. Por isso, a Expodireto Cotrijal virou um paraíso de amostra palpável, mas realidade inatingível. Apesar das finanças limitadas, Mateus, que veio pela segunda vez consecutiva à feira, admite ser difícil resistir à tentação.
— Com o crédito bom, a coragem aumenta. Mas hoje é só uma olhadinha e muitas fotos — brinca o agricultor.
Mesmo com o cenário favorável e a perspectiva de colher até 60 sacas por hectare, a família aguarda o momento certo para investir. Após um dia de visitas pela feira, os irmãos voltaram para casa sem comprar nada. A tão sonhada máquina, porém, segue ao alcance das mãos. Hoje, no visor do celular. Amanhã, quem sabe, no interior de Marau.

Expodireto recebe mais de 16 mil visitantes no primeiro dia