08 abril 2011

Crianças teriam sido forçadas a ficarem de joelhos antes de serem executadas em Realengo

Ataque a escola em Realengo comoveu
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Peritos que analisaram a cena do massacre ocorrido na quinta-feira, na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro, informaram haver indícios de que os estudantes foram forçados a ajoelharem-se, abaixar a cabeça, e em seguida foram executados pelo atirador, Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos. A hipótese é reforçada pela análise dos corpos das vítimas — a maioria tinha tiros na cabeça, disparados de cima para baixo.
— Procede a informação de que as crianças foram confinadas e de que o atirador pediu para que sentassem uma ao lado da outra. Isso, no entanto, vai ser bem definido nos laudos — afirmou em entrevista ao Bom Dia Brasil o perito criminal Denilson Siqueira.
O perfil do atirador ainda é desconhecido para as autoridades do Rio de Janeiro. As investigações sobre o jovem, que provocou uma das piores tragédias ocorridas no país, serão intensificadas hoje. Parentes, amigos e vizinhos de Oliveira prestarão depoimentos, além de funcionários e estudantes da Escola Municipal Tasso da Silveira.
Investigações preliminares indicam que Oliveira apresentava um comportamento estranho nos últimos meses, desde que a mãe adotiva morreu, no ano passado. O pai já havia morrido. De acordo com os relatos, o atirador era introvertido e gostava de passar longas horas em frente ao computador navegando na internet.
Filho de mãe com problemas mentais que tentou o suicídio, Oliveira era o caçula de cinco filhos e foi adotado ainda criança. Tímido e retraído, segundo vizinhos, o atirador fazia poucas referências sobre a vida pessoal.
Um dos relatos de conhecidos dele informa que Oliveira mudou a aparência nos últimos meses, passando a usar basicamente roupas pretas. Na carta deixada por Oliveira, o atirador demonstra ter premeditado o crime, pois faz recomendações sobre como quer ser enterrado e o que deve ser feito com uma casa que deixou em Sepetiba, na zona oeste do Rio. Também pede perdão a Deus pelo ato que cometeu dando a entender que havia planejado detalhes da ação.
Ontem, policiais encontraram a casa de Oliveira, em Sepetiba, revirada com o computador e eletrodomésticos queimados. Para alguns policiais, o próprio atirador destruiu possíveis provas ou indícios que pudessem colaborar nas investigações. O último emprego de Oliveira foi como funcionário de uma fábrica de salsichas e ele pediu demissão no ano passado.