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Pablo só queria defender sua mãe Foto:Mateus Bruxel |
"Deve ter sido coisa dessa pedra desgraçada. Eles deveriam estar drogados para fazer uma barbaridade dessas."
O desabafo é de Deonilda Francisca Dalbosco, 54 anos, que viu o filho morrer, diante dela, dentro de casa na noite de sábado. Pablo Heraldo Dalbosco da Silva, 24 anos, foi baleado na barriga ao defender a mãe de um assalto ao bar da família, na Avenida Juca Batista, Bairro Cavalhada. Socorrido em um carro que passava pelo local, Pablo morreu no Hospital Vila Nova.
Como em todas as noites, o bar ficaria aberto a noite inteira. Deonilda atendia no balcão sozinha. Por volta das 21h30min, no local havia só cinco clientes. Minutos após entrar e pedir refrigerantes, um trio anunciou o roubo.
Trio fugiu sem levar nada
Quem estava no bar foi mantido num canto. Um dos ladrões, armado, exigiu dinheiro da dona do bar.
– De onde eu iria tirar? Não tinha nada – conta Deonilda.
Com o cano da arma no rosto, ela foi levada até os fundos, onde mora a família.
No quarto dela, o bandido exigia dinheiro. Do seu quarto, Pablo ouviu o barulho. Viu a mãe dominada pelo ladrão e reagiu. Na briga, foi baleado.
O trio fugiu em um Vectra prata sem levar nada. Ninguém foi preso.
O ganha-pão da família
A filha Lisiane, 29 anos, tentava acalmar a mãe ontem de manhã. Pudera. O bar foi o que restou a Deonilda desde a morte do marido há três anos.
– Não sei como seguir em frente – lamentou a mãe, mas com a certeza de que não fechará o local de tão má lembrança.
– Não adianta, é o ganha-pão dela – disse a filha.
Se dependesse de Pablo, a família mudaria de ramo comercial. Funcionário de uma oficina de instalação de películas em carros, sonhava criar a sua própria, especializada em áudio e autopeças.
