11 maio 2011

Entenda porque Santo Cristo é o município gaúcho com maior incidência de raios

Foto: Claudio Vaz
Um ranking elaborado pelo ELAT (Grupo de Eletricidade Atmosférica) vinculado ao Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) apontou Santo Cristo, no noroeste, como o município com maior incidência de raios no Rio Grande do Sul.
Em Santo Cristo, a média é de 11.4 descargas atmosféricas por km2 ao ano, seguido por outros dois municípios do noroeste: Pinheirinho do Vale, com 11.2 e Tucunduva, com 11.1 incidências.
A meteorologista do Grupo RBS, Estael Sias, explica que nos últimos anos as cidades campeãsestão localizadas nas regiões oeste e noroeste do estado. Isto, segundo ela, tem uma explicação climática .
- Na primavera as áreas de instabilidade sempre avançam de oeste/noroeste para o oceano provocando as tempestades mais severas nessas regiões, sobretudo, em relação a descargas elétricas – esclarece.
Os três municípios chamam atenção pelo grande número de raios em um pequeno território. De acordo com o último Censo, Santo Cristo tem 14.378 habitantes; Tucunduva, 5.898 e Pinheirinho do Vale, 4.497.
No país, os municípios com menos de 100 km² tiveram aumentos de densidade que chegaram a 320% nos últimos dois anos. Nos municípios com mais de 900 km2, o maior aumento foi de 97%.
Segundo o ELAT/INPE, muitas cidades pequenas tiveram grandes variações no ranking por uma razão circunstancial. Como a relação de densidade é feita ao dividir quantidade de raios por área do munícipio, se tivermos algumas tempestades a mais num pequeno município o índice de densidade sofrerá uma maior alteração se comparado com cidades grandes.
Como é feita a medição
Para efetuar a medição da incidência de raios o ELAT/INPE poossui sensores que detectam raios em nove estados e no Distrito Federal.
A assessoria do Instituto explica que quando um raio cai, ele gera um campo eletromagnético, e este campo é “percebido” pelo sensor. Existem sensores com tecnologia que chegam a captar a queda de um raio a até 2.000km de distância.
Depois o sensor envia um sinal para a central do INPE e a incidência da descarga é registrada no banco de dados. Após os registros, o banco de dados faz a somatória da quantidade de raios.
Previsão é de aumento no número de raios
Nas próximas décadas deve ocorrer um acréscimo ainda maior no número de raios. De acordo com o ELAT/INPE ao longo de décadas a incidência aumentou muito, principalemnte em virtude do desenvolvimento e urbanização, que deram origem aos grandes centros urbanos. Este movimento desenvolvimentista deve ser cada vez mais intensificado.
Isso gera um aquecimento local que somado ao aquecimento global contribui para a formação de tempestades mais intensas e em maior quantidade.