05 maio 2011

Inter é eliminado da Libertadores pelo Peñarol

Peñarol vira, e Inter é eliminado da
Libertadores 
Crédito: Fabiano do Amaral
Procurava-se uma equipe uruguaia que veste amarelo e preto. Tem cinco taças da América em seu armário. Estava meio desaparecida do cenário internacional recentemente, mas apareceu na noite desta quarta-feira em Porto Alegre. E cometeu um crime. Chama-se Peñarol. Time copeiro, eliminou o atual campeão da Libertadores no estádio Beira-Rio ao vencer por 2 a 1, de virada, diante de quase 43 mil colorados.
Na próxima fase, os uruguaios farão escala no Chile, onde encaram o Universidad Católica, que eliminou o Grêmio com uma vitória por 1 a 0 em Santiago, finalizando uma quarta-feira trágica para a dupla Gre-Nal.
Primeiro tempo de gol relâmpago e toque de bola
Gol! O jogo mal começou e o Inter já largou na frente. Quando o cronômetro apontava não mais que 80 segundos, Oscar recebeu na intermediária esquerda. De lá soltou a bomba, e a bola só parou no fundo de gol de Sosa. Simples assim: 1 a 0. A noite parecia que seria fácil.
Talvez inspirado no esquema do supertime do Barcelona, os comandados de Falcão trataram de manter a posse de bola. Então tocaram, tocaram e tocaram a pelota. Porém, ao contrário dos catalães, não houve um Messi para colocar para dentro.
O técnico do Peñarol, Diego Aguirre, diante disso, mandou seu time à frente. Quase deu certo. Os uruguaios adiantaram a marcação e por pouco não empataram aos 15, depois que Aguiar cruzou para Freitas. Foi o olhar de todos os colorados no Beira-Rio que não deixou o crime acontecer e a conclusão foi para fora, com Renan voando sem encontrar nada.
Aos 21, o Beira-Rio chegou a comemorar de novo, só que não valeu, pois Andrezinho estava impedido quando encostou para D'Alessandro, que mandou para o fundo da rede. O mesmo argentino se livrou de dois marcadores pouco depois e mandou para o gol, mas não acertou a meta. Outro hermano, Bolatti, participou de bela triangulação aos 38. Ele tocou para Damião na intermediária e o camisa 9 achou Kleber na área. O chute foi para fora.
A torcida colorada viu o time ir para o vestiário crente que estava a 45 minutos das quartas de final. Afinal, àquela altura, só dois gols tirarariam a classificação do Inter. Além disso, o Peñarol tinha a pior defesa entre os clubes que estavam nas oitavas.
Gols, tensão e tragédia
Se o Inter fez gol em menos de dois minutos no primeiro tempo, o Peñarol superou marca. E anotou o seu com menos de 15 segundos no segundo. Da saída de bola, os carboneros dispararam como um raio ao ataque, Martinuccio invadiu a área e empatou. Com o Inter atônito, a situação piorou. Aos 5, Aguiar foi à ponta esquerda e cruzou para Olivera que, de cabeça, fez tudo aquilo que o torcedor não queria: 2 a 1.
Enquanto a torcida, de olhos arregalados, colocava as mãos na cabeça, Falcão mandou Ricardo Goulart e Tinga a campo, nos lugares de Andrezinho e Oscar. A ordem era simples: atacar até a morte. No entanto, Aguiar quase aumentou a tragédia aos 14, quando chutou para cima diante de um gol escancarado após a confusão na área.
Nem Bolatti faz
Uma ponta de esperança em vermelho e branco surgiu aos 24, quando D'Alessandro foi à linha de fundo e cruzou para Bolatti – autor de três gols na Libertadores. O volante tocou certo, mas entre ele e o gol havia um uruguaio, que evitou o empate. O mesmo Bolatti quase anotou um golaço aos 32, quando pegou na veia na entrada da área. A bola tirou tinta do ângulo. À essa altura, Rafael Sobis já tinha entrado no lugar de Nei.
Esforço não faltou. Assim como não faltaram chutões da defesa do Peñarol, saídas do goleiro Sosa e, claro, catimba uruguaia. Passado os 40, D'Alessandro exigiu boa defesa de Sosa e Leandro Damião chegou a superá-lo, em cabeçada, mas esbarrou na trave.
O Inter tentou, mas não teve forças para mudar o placar, e a tática carbonera se sobressaiu. Assim, o clube uruguaio quebrou uma invencibilidade de 20 jogos do Inter no Beira-Rio pela Libertadores, que vinha desde 1993, além de fazer o ídolo Falcão conhecer a primeira derrota como técnico do clube. Justo quando não podia.
Depois da derrota, o Gre-Nal
Terminado o sonho do tri da América por ora, resta o Gauchão, o qual o Inter começa a decidir neste domingo, no Beira-Rio, contra o Grêmio. O segundo e decisivo jogo será no Olímpico, no domingo seguinte.