02 junho 2011

Pastor afirma que novas barragens no rio Uruguai não promoverão desenvolvimento da região

O Pastor da ICLB está convicto de que
a construção das barragens não trará 
desenvolvimento para a região
Em sua palestra em Três de Maio na noite desta quarta-feira, 1, no salão de eventos da Comunidade Evangélica São Paulo o Pastor Günter Wolff criticou a construção das barragens/hidrelétricas no Rio Uruguai. Com previsão de início das obras para 2012, a construção de duas hidrelétricas no Rio Uruguai, Garabi, em Garruchos, e Panambi, em Alecrim, encobririam balneários como as Ilhas do Chafariz em Dr. Maurício Cardoso, Três Ilhas, em Crissiumal, e Prainha, em Tiradentes do Sul, e ocasionaria a retirada da população ribeirinha no Brasil e Argentina.
O evento, promovido pela Legião Evangélica, fez parte da programação do Mês do Meio Ambiente, promovido pela Secretaria Municipal da Educação. Segundo o Pastor a população que será atingida ainda não tem certeza de nada, as informações são muito superficiais. Wolff afirmou que os proprietários de terras localizadas na beira do rio serão prejudicados, pois o valor ser pago em indenização não será proporcional ao tamanho da perda que eles terão por terem que sair de suas terras, onde vivem há várias gerações, e terem que procurar um novo lugar para recomeçar a vida:
“Esses produtores terão suas terras desapropriadas porque o aparato do Estado favorece as grandes empresas que têm interesse na geração desa energia”, afirmou.
Além disso, o Pastor da ICLB está convicto de que a construção das barragens não trará desenvolvimento para a região:
“Eu venho de Palmitinho, da região onde foi construída a Usina de Foz de Chapecó, e posso garantir que lá não houve nenhum tipo de desenvolvimento econômico e social com essa barragem, disse.
Obras
Está em andamento o estudo de viabilidade técnica das Hidrelétricas de Garabi, que será construída em Garruchos, e Panambi, no município de Alecrim, composto de levantamento topográfico, fotográfico e geo-referenciamento dos pontos afetados. A fase seguinte compõe-se do estudo sócio-ambiental e de engenharia, o que provavelmente acontecerá nos próximos meses. Também serão marcadas audiências públicas na região, onde estarão presentes técnicos da Eletrobrás e representantes do governo federal.
A barragem indicada para o vizinho município de Alecrim afetará principalmente balneários e áreas urbanas de Porto Mauá e de Alba Posse na Argentina, além de alagamento de áreas rurais nos municípios de Alecrim, Porto Mauá, Novo Machado e Mauricio Cardoso.
Em Alecrim, confirmando-se as medidas do projeto atual, o nível máximo chegaria a 40 metros de altura na barragem. Daquele ponto até Porto Mauá, são aproximadamente 42,00 Km de distância pelo Rio Uruguai acima, e um desnível aproximado de 14 mts, o que daria na sede do município uma altura de àgua de 26 mts acima da cota 104, em frente a ADUANA. aproximadamente 3 mts a mais do que a maior enchente registrada no ano de 1983, que alcançou um nível máximo de 23 mts.
Sendo assim, Porto Mauá teria uma redução de seu território em 30% aproximadamente provocado pelo alagamento, o que corresponde aproximadamente a 31,66 Km2. A área total do município atualmente é de 105,56 Km2.