Por Deise Froelich |
Compor uma música não é tarefa fácil. E se for em 24 horas, fica mais difícil ainda. Neste final de semana, compositores e músicos nativistas tiveram este desafio em Santo Cristo, município a 23km de Santa Rosa. Foi a 5ª edição do Encontro de Quarteadores.
Bem ao estilo gaúcho, o fogo pode trazer inspiração ao compor uma música. Ainda mais quando o trabalho é realizado em grupo. Isto é a quarteada: uma espécie de trabalho conjunto pela cultura gaúcha.
- Vem gente de todo o Estado participar. Também da Argentina, do Paraguai e do Uruguai também – conta o presidente da 5ª Quarteada Clair Leozin.
O desafio dos compositores, músicos, intérpretes e apreciadores da música nativista vai para além de soltar a imaginação.
- É sorteado um tema para cada um dos compositores candidatos a fazer uma letra. Se tira por sorteio, e se tem 24 horas para arrumar um parceiro para fazer a música, preparar quem vai apresentar e apresentar lá no palco mesmo – revela o compositor e letrista Celino Leite.
Depois de criar a música em apenas um dia, os artistas sobem ao palco. Os jurados avaliam a letra e a melodia das canções. Nesta 5ª Quarteada são 220 compositores reunidos.
O evento tem premiação aos melhores e o que nasce neste evento pode render mais destaque no futuro. Muitas destas músicas são levadas a grandes festivais nativistas. Foi o que aconteceu com a canção “De Bois Arados” do compositor Flávio Saldanha.
- Essa composição nós mandamos pra triagem do festival de Santiago, da Música Crioula de Santiago, tivemos a felicidade de classificá-la, levamos ao palco e lá fomos premiados como a melhor letra do festival – lembra Flávio.
A Quarteada acontece uma vez por ano e é considerada um laboratório musical que a Judá a manter viva a essência do Rio Grande.