30 julho 2011

Suinocultores preocupam-se com venda da unidade da Sadia em Três Passos

Luma Leão, RBS TV Santa Rosa
Os suinocultores da região noroeste estão preocupados com a venda de uma unidade da Sadia de Três Passos. Nesta semana, a Brasil Foods, empresa formada pela união da Sadia e da Perdigão, anunciou a lista de instalações e ativos que serão vendidos para cumprir o acordo com o CADE – Conselho Administrativo de Defesa Econômica.
Além de Três Passos, a empresa deve negociar mais duas unidades no Rio Grande do Sul – Bom Retiro do Sul e Santa Cruz do Sul – até março do ano que vem.
Diariamente o agricultor Ilson Hilger e seu genro, Alcione, cuidam da criação de suínos na propriedade. São 940 animais que garantem uma renda em torno de R$ 5mil por mês.
- É um meio de ganhar a vida, de sustentar a família – afirma Ilson.
Os dois resolveram investir na suinocultura e adquiriram uma nova estrutura de R$ 85 mil.
- Fizemos um novo galpão. Tava dando uma boa renda e decidimos investir para melhorar a situação financeira – conta Alcione Staggemeier.
Assim como essas duas famílias, outras 130 de Três Passos tem na suinocultura a principal fonte de renda. Todas elas comercializam diretamente com a unidade da Sadia no município.
A atividade representa mais da metade do PIB – Produto Interno Bruto de Três Passos. Mas a situação pode estar ameaçada. Depois da criação da Brasil Foods, dez unidades em todo o país devem ser total ou parcialmente vendidas para outras empresas, inclusive a da região celeiro.
Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, a possibilidade de fechar a undiade afetaria toda a região.
- Seria uma tragédia – afirma.
Os agricultores que dependem da suinocultura estão tranqüilos em relação à possível venda, mas esperam que a próxima empresa mantenha um preço semelhante. Hoje, a Sadia paga em torno de R$ 21,00 por suíno.
- A gente está confiante que vai manter o padrão – comenta Alcione.
Os ativos serão comercializados para cumprir o compromisso assumido com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para possibilitar a aprovação da compra da Sadia pela Perdigão.
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