01 agosto 2011

Cem anos de vida, 92 de lavoura

Por Deise Froelich
Como chegar aos 100 anos trabalhando na roça? Pedro José Ribeiro, o ‘Pedro Caninéia’, morador de Tuparendi, tem a resposta na ponta da língua: “outro emprego nunca tive, só na lavoura.Cada ano, é uma luta. Por isso, o jeito é não parar. Não tem segredo: durmo bem de noite, como também bastante. O que eu como? Arroz, feijão, mandioca, carne”.
É com essa vida simples e sorriso constante, que o morador de Cerro Alto, interior de Tuparendi, completa um século de vida nesta segunda-feira. É comum encontrá-lo tomando chimarrão na área de casa. Isso quando não está na lida: carpindo e cuidando da plantação de milho, que ele mesmo cultiva. Trabalho que realiza desde os oito anos, orientado pelo pai.
Neste domingo, a comunidade onde vive há mais de 90 anos, comemorou a boa saúde e o companheirismo de Pedro, com uma programação festiva no salão de Cerro Alto. Após a missa, onde familiares e amigos agradeceram pela vitalidade do agricultor, um bom churrasco, cardápio prestigiado por Pedro.
Os dizeres do convite para a festa resumiam a trajetória de Pedro: “Minha tradição é plantar”. Abaixo, o complemento: “Tudo que semearmos certamente colheremos” (Galatas 6:7-8).
A vitalidade, saúde e tranquilidade do centenário são resultado das sementes lançadas na terra e o amor cultivado por sete filhos, 23 netos, 11 bisnetos e cinco tataranetos. No dia de seu aniversário, a rotina continua: prosa com bons amigos, sabor de um bom chimarrão e olho na lavoura.