04 agosto 2011

Estado lança homenagens aos 50 anos da Legalidade

Tarso Genro abraça jornalista Juremir Machado da Silva.  
Crédito: Fabiano do Amaral
A programação comemorativa aos 50 anos do Movimento da Legalidade foi lançada nesta quarta-feira, pelo governo do Estado e pela Assembleia Legislativa. Entre agosto e outubro, uma série de atividades será realizada em Porto Alegre e no interior do Rio Grande do Sul para homenagear o movimento comandado por Brizola em 1961. A programação completa está disponível no site do governo do Estado.
Entre as principais atrações estão a apresentação de um musical nos dias 27 e 28 de agosto, às 20h, em um palco montado em frente ao Palácio Piratini. A expectativa é de que 4 mil pessoas assistam ao espetáculo. Em um ambiente cenográfico, atores irão representar personagens como Getúlio Vargas, Leonel Brizola, Che Guevara, Jânio Quadros e João Goulart. Estão envolvidas na montagem do show 185 pessoas.
No dia 1º setembro, a mesma apresentação ocorre no Theatro São Pedro. Outro destaque da programação é a inauguração do Memorial da Legalidade, no dia 29 de agosto. A programação inclui ainda a realização de palestras, exposições e lançamento de livros.
O grupo de trabalho que elaborou a programação foi criado em fevereiro de 2011 pelo governador Tarso Genro. De acordo com ele, trata-se de uma oportunidade para rediscutir alguns mitos sobre o episódio. Citou, por exemplo, a acusação de que o presidente João Goulart foi derrubado, em 1964, por ser corrupto e comunista. “O Jango caiu porque era um reformista”, observou. Da mesma forma, segundo Tarso, está provado que o golpe de 1964 foi apoiado por forças civis, com a participação dos militares e do Departamento de Estado norte-americano. “Então, 50 anos da legalidade é o resgate de uma memória democrática dos gaúchos em oferta ao conjunto do país”, afirmou o governador. 
Tarso destacou ainda o papel da Rádio Guaíba no movimento de 1961, que na época foi instalada nos porões do Palácio Piratini e liderou a Cadeia da Legalidade, formada por mais de 200 emissoras. “A Guaíba está encravada no coração de todos os gaúchos porque foi, naquele momento, a voz da liberdade.” 
Para o jornalista e historiador Juremir Machado da Silva, autor do livro Vozes da Legalidade, a programação é uma justa homenagem “a um passado que foi glorioso”. Ele ressaltou que, enquanto Brizola teve uma atitude de herói, agindo de maneira impetuosa, Jango comportou-se como um estadista, ponderando e sabendo ceder. “Sem contar os heróis anônimos, os sargentos da base aérea e todos que se engajaram corajosamente com um único ideal: fazer com que a Constituição fosse respeitada”, disse Juremir.