Acionado, o Conar informou ontem que não se pronunciaria por não ter sido comunicado oficialmente da representação |
Bem-sucedida e listada entre as profissionais mais bem pagas do planeta, a gaúcha Gisele Bündchen foi parar no meio de uma polêmica sobre o papel da mulher. A top model estrela campanha que teve suspensão pedida pela Secretaria de Políticas para Mulheres.
Conteúdo sexista – que discrimina o indivíduo por seu gênero – foi a alegação do órgão do governo federal para pedir ao Conselho Nacional de Auto-regulamentação Publicitária (Conar) a suspensão da campanha publicitária “Hope ensina”. Em comercias na TV e anúncios impressos, Gisele aparece em roupas íntimas e sugere que essa é a melhor maneira de contar más notícias ao marido. A secretaria considera que o conteúdo discriminatório infringe os artigos 1º e 5º da Constituição Federal.
Acionado, o Conar informou ontem que não se pronunciaria por não ter sido comunicado oficialmente da representação. A secretaria informou ter recebido, por meio de sua ouvidoria, manifestações de indignação. Versões do comercial foram removidas até do YouTube, apresentando a mensagem “Este vídeo foi removido porque seu conteúdo violou os Termos de Serviço do YouTube”.
A fabricante de lingerie Hope divulgou nota sobre a polêmica. Ponderou que “foi para evitar (…) viés da subserviência ou dependência financeira da mulher que utilizamos a modelo Gisele Bundchen, uma das brasileiras mais bem sucedidas internacionalmente.” Terça-feira, Gisele estava em Itu (SP), e ontem ainda mantinha em seu site uma imagem da campanha da Hope.
Episódios semelhantes já provocaram a retirada de comerciais do ar. Foi o caso recente de uma campanha das Havaianas em que uma avó dizia à neta que não precisava namorar, apenas fazer sexo. Diante da reação de parte do público, a empresa decidiu exibir o vídeo polêmico só na internet.