24 outubro 2011

Abstenção do Enem custa R$ 61,2 milhões

O Enem serve pra tantas coisas, quero ver no que posso me dar bem
Após o segundo dia do Enem, na tarde de ontem, a estudante paulistana Gisele Spatuzzi, de 17 anos, estava feliz com seu desempenho — só não sabia exatamente o que fazer, agora, com a nota.
— O Enem serve pra tantas coisas, quero ver no que posso me dar bem.
A dúvida se repetia entre alguns inscritos, por causa de uma prova que tem nome e função de avaliação do ensino, mas também serve como vestibular e é critério de bolsa de estudo.
O modelo híbrido do Enem alavanca o número de interessados em realizar a prova — neste ano, chegou-se a um número recorde de 5,3 milhões — mas resulta em um preço alto para a organização e aplicação. A abstenção em 2011 foi menor que a do ano passado, entretanto ainda representa mais de um quarto dos inscritos.
Segundo o Ministério da Educação, 26,4% dos candidatos faltaram — como comparação, esse índice fica em torno de 6 % a 8% em um vestibular como o da Fuvest. O custo com os faltosos este ano foi de R$ 61,2 milhões — quando calculado um valor de R$ 45 por aluno inscrito.
O governo cobra R$ 35 para o aluno fazer a prova, mas 71% são isentos. O contrato de aplicação do Enem teve aumento de 190% em um ano: saltou de R$ 128,5 milhões, em 2010, para R$ 372,5 milhões.