22 outubro 2011

Sumiço de Luana completou 100 dias

Com o celular sempre em mãos, a mãe se desespera 
depois de 100 dias sem notícias
Com o celular sempre em mãos, a mãe se desespera depois de 100 dias sem notícias Ivone não se cansa de bater à porta da Delegacia da Polícia Civil de Três Passos, no noroeste do Estado, em busca de notícias da filha Cíntia Luana Ribeiro Moraes, 15 anos. Nesta sexta-feira completaram-se 100 dias sem Luana, como é conhecida pela família.
A menina que se preparava para ter um bebê sumiu da cidade sem deixar rastros, e a última pessoa a vê-la, o suposto pai da criança, está fora do país.
Na tarde de quinta-feira, a mãe de Luana deixou a delegacia sem respostas. A neta que se chamaria Emily Vitória deveria estar com um mês e meio de vida, mas nenhum hospital dos três Estados do sul tem registros do nascimento da menina, conforme confirmou o Conselho Tutelar da cidade.
_ Se ela não foi ao hospital para ter o filho, é porque está sequestrada ou morta _ desespera-se Ivone.
Para a mãe da menina, a única pessoa que poderia contar onde a filha e a neta estão é o suposto pai do bebê, um homem de 27 anos, casado, que manteve por meses um relacionamento com Luana.
Às 19h do dia 13 de julho, já aos sete meses de gravidez, Luana recebeu uma ligação no celular, do suposto pai da criança, chamando-a para conversar, num armazém próximo da casa dela. Só de chinelos e levando apenas o celular, Luana saiu para não voltar mais.
_ A Luana nunca iria embora com a roupa do corpo, sem levar as coisas do bebê, um documento, nada _ diz Ivone.
Para a delegada Caroline Bamberg Machado, a versão do homem, que disse em depoimento ter dado donheiro para a adolescente fugir, é plausível mesmo que, nos dias seguintes, tenha  usado o chip do telefone de Luana para enviar torpedos para a família, simulando uma comunicação após seu desaparecimento.
Para o promotor Simão Baran Júnior, o fato de o suposto pai da criança ter viajado para o Paraguai pode ser um obstáculo para a Justiça apenas se precisarem intimá-lo. Mas como não foi indiciado formalmente no inquérito, não há impedimento para viajar.
A delegada Caroline Machado afirma que não há no momento nenhum elemento para pedir a prisão do ex-namorado de Luana. Nos últimos três meses as investigações incluíram uma série de diligência e exames periciais que estão sendo mantidos em sigilo. Cabelos e sangue encontrados no carro do pai do ex-namorado de Luane, despertaram suspeita e foram enviados para perícia em Porto Alegre, mas o laudo preliminar apontou que o sangue não é humano.