Seara fecha as portas em Jaraguá do Sul Foto: Piero Ragazzi / Agencia RBS |
A direção da Seara Alimentos anunciou nesta sexta-feira o fechamento da unidade em Jaraguá do Sul. A unidade contava com 890 funcionários e 199 produtores de aves que trabalhavam no abatedouro e na fábrica de ração.
A produção na cidade era direcionada a aves in natura e cortes desossados com capacidade de 9 mil aves/hora. A Seara pertence ao Grupo Marfrig. O abatedouro encerrou as atividades e a fábrica de ração ligada em empresa Vila Germânia ainda continua em operação.
Em reunião entre representantes da empresa e do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias da Alimentação de Jaraguá, a empresa se comprometeu em começar a pagar as rescisões a partir de 11 de janeiro. Até lá, os funcionários estarão de férias coletivas anunciadas esta semana pela empresa. As férias e a metade do 13º salário dos funcionários que entraram em férias coletivas já foram depositados pela empresa.
Segundo o diretor de operações da Seara Marco Antonio Siqueira, a decisão pelo fechamento da unidade em Jaraguá do Sul se deve à distância dos centros produtores de grãos como o milho como Paraná, Mato Grasso e Mato Grosso do Sul, o que encareceu a logística e gerou acúmulo de ICMS, somada à escassez de mão-de-obra local vivenciada nos últimos anos se tornaram verdadeiros desafios para a continuidade da atividade rentável na região.
Há um mês a empresa e o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias da Alimentação discutiam a situação da empresa. A princípio, a decisão tomada pela direção da Seara era a de dar férias coletivas a parte dos funcionários.
Segundo o presidente do sindicato Valcir Braga Rodrigues, o fechamento da empresa foi comunicado por um representante da Seara pela manhã e recebido com surpresa pelos representantes da entidade e os trabalhadores.
— Havia boatos de que a empresa poderia fechar, mas que nunca foram confirmados —, comentou.
Na segunda-feira, a empresa vai comunicar como fica a situação dos nove trabalhadores da Sipa e quatro dirigentes sindicais que possuem estabilidade de dois anos. Conforme Rodrigues, uma alternativa pode ser a transferência deles para a unidade de Forquilhinha ou até indenização judicial.