26 janeiro 2012

Especialistas demonstram preocupação com lavouras de milho e feijão, mas veem esperança na soja

Em Aratiba, na Região Norte, lavouras de milho estão 
secas desde o fim do ano passado 
Foto: Leonardo Bortolotto / Divulgação
Aguardada com expectativa, a chuva dos últimos dias foi insuficiente para reduzir prejuízos nas lavouras de verão, como as de milho e de feijão, embora tenha amenizado perdas na soja.
Zero Hora ouviu especialistas de algumas das principais entidades vinculadas ao campo para saber de que forma a perspectiva de chuva abaixo da média nos próximos meses afetará agricultores que sofrem com a seca. A avaliação do grupo não é animadora.
Quem perdeu com as lavouras de milho e feijão acumula um prejuízo que não pode mais ser reparado. Tentativas de replantio das culturas estão sendo feitas por produtores em todo o Estado, mas a expectativa de minimizar as perdas pode ser novamente frustrada pela falta de chuva.
— Já na soja, houve recuperação significativa nas lavouras e, à medida que voltar a chover, a lavoura mais tardia vai continuar desenvolvendo — avalia Iberê de Mesquita Orsi, coordenador da Área de Agricultura da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs).
Conforme o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a exemplo do que ocorreu neste mês, fevereiro e março deverão ter menos chuva do que a média histórica.
Até o final da tarde de ontem, 328 municípios haviam decretado situação de emergência, e outros quatro tinham encaminhado notificação preliminar de desastre (Nopred) para a Defesa Civil gaúcha. Já são mais de 1,9 milhão de pessoas atingidas pelos efeitos da seca no Rio Grande do Sul.