Quadro de escassez de chuva é considerado o pior em quase 46 anos Crédito: Marcelo Banchi / Divulgação FAA / CP |
Uma estiagem severa afeta várias províncias da Argentina e atinge proporções históricas. Em algumas localidades do Centro do país, o quadro de escassez de chuva é considerado o pior em quase 46 anos. A situação é descrita como dramática em pontos das províncias de Buenos Aires, La Pampa, Santa Fé e Córdoba, as principais produtoras de grãos do país vizinho.
Só o milho já tem prejuízo estimado em 785 milhões de dólares, conforme levantamento do setor ruralista. A quebra total da safra de verão argentina, incluindo os danos para o milho e a soja, atingiria até agora 3 bilhões de dólares, segundo divulgou a Federação Agrária da Argentina (FAA). Lideranças políticas e agrárias pedem que partes do país sejam declaradas zona de catástrofe.
No Norte de Santa Fé, o quadro é desolador. Animais morrem no campo. Rios e açudes secaram e as lavouras são “torradas” pelo sol forte e o calor intenso que já superou 40ºC várias vezes nas últimas semanas. Muitas cidades não têm uma gota de chuva há 60 dias. Em Pejuaho, moradores acendem velas, orando por chuva.
Segundo análise da MetSul Meteorologia, a estiagem de 2011/2012 será pior que a de 2008/2009 em partes do território argentino. “Era um risco que a MetSul e meteorologistas da Argentina antecipavam há meses”, comentou o meteorologista da MetSul Eugenio Hackbart. Conforme Hackbart, algumas das áreas mais castigadas pela escassez hídrica no país vizinho podem ter chuva com elevados volumes localizados na próxima semana com a passagem de uma frente fria.
As causas são as mesmas da estiagem que afeta mais de 140 municípios do Rio Grande do Sul.
Calor
Buenos Aires teve nesta sexta-feira uma das mais altas temperaturas já registradas no mês de janeiro na capital argentina nas últimas décadas. A máxima no observatório central do bairro de Villa Ortuzar chegou a 38,8ºC. O calor diminui na cidade neste fim de semana, mas os meteorologistas portenhos advertem que no começo da semana voltará a atingir níveis extremos com marcas acima de 40ºC em vários pontos do Centro da Argentina.
Em Mendoza, a onda de calor iniciada ainda no mês de dezembro é considerada a mais longa dos últimos 10 anos. Na Patagônia, onde o calor também tem sido intenso com máximas acima de 35ºC, incêndio florestal já consumiu mais de 2 mil hectares de mata nativa na província de Chubut.