03 janeiro 2012

Paraguai confirma novo foco de febre aftosa no país

Propriedade do departamento de San Pedro onde animais 
apresentaram sintomas foi interditada
O Paraguai confirmou na segunda-feira à noite a ocorrência de um novo foco de febre aftosa no país e colocou outra vez o serviço sanitário do Estado em alerta. 
A propriedade onde a presença da doença foi detectada fica na localidade Pirí Pucú, no departamento de San Pedro, o mesmo onde ocorreu o episódio de setembro do ano passado.
Com o novo caso no Paraguai, a Secretaria da Agricultura deve voltar a mobilizar equipes de vigilância sanitária que percorreram a fronteira gaúcha com a Argentina entre setembro e o início de dezembro para evitar o risco de o vírus mais temido da pecuária ser reintroduzido no Estado.
Eraldo Leão, chefe do departamento de defesa agropecuária da secretaria, considera a situação de agora diferente da registrada em setembro, justamente porque a vigilância está mais atenta e preparada. Novas decisões devem ser tomadas em reunião marcada para as 8h desta terça-feira.
O veterinário Marcelo Göcks, do serviço de doenças vesiculares da secretaria, estima que barreiras sanitárias podem ser montadas em até dois dias. Göcks avalia que o risco desta vez será menor para o Estado devido à recente vacinação do gado paraguaio e à localização mais ao norte da propriedade suspeita em relação à fazenda onde a doença foi confirmada em setembro.
A suspeita foi tornada pública na sexta-feira. Segundo o proprietário dos animais, o gado apresentava sintomas de aftosa há 26 dias – antes, portanto, de o governo paraguaio declarar o fim do estado de emergência na região do foco comunicado três meses antes.
Para um veterinário gaúcho que atuou em organismos internacionais de combate à aftosa e participou de auditorias no Paraguai, o caso reforça a percepção de falta de transparência no país. 
Em setembro, autoridades paraguaias foram constrangidas por serviços sanitários dos países do Cone Sul a admitir a doença em reunião no Uruguai, quando informações sobre o foco circulavam há ao menos 20 dias.