Por Juliana Gomes, Zero Hora |
A longa espera dos gaúchos pela construção de uma nova ponte entre Brasil e Argentina pode estar perto do fim. Está marcada para as 15h de hoje, em Foz do Iguaçu (PR), a assinatura do contrato que formaliza o início do estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental da obra sobre o Rio Uruguai, no noroeste gaúcho.
O documento será assinado por representantes da comissão binacional Brasil-Argentina e o Consórcio Iatasa, Atec, Grimaux e Ballcons, responsável pelo trabalho.
A ponte é uma reivindicação feita há cinco décadas pelos moradores da fronteira do Estado. Porto Mauá-Alba Posse, na região Noroeste, Porto Xavier-San Javier, nas Missões, e Itaqui-Alvear, na Fronteira Oeste, são as cidades que podem ser contempladas com a construção.
Nessas áreas, a ligação entre os países é feita via balsa. Há pontes para a Argentina apenas em São Borja e em Uruguaiana.
Segundo o consultor Carlos Lopes, da Ballcons, no prazo de 230 dias será sugerido um termo de referência, a partir do qual será definido um modelo para a execução da obra. O trabalho levará em conta a realidade das comunidades envolvidas no Brasil e na Argentina. A partir daí, será definido o local de construção da ponte.
– O estudo permitirá definir as diretrizes estratégicas que servirão de marco integral para estruturar um programa de investimentos para os próximos anos, propondo a execução de projetos tanto nas passagens fronteiriças já priorizadas como também naquelas cujo potencial seja definido a partir do estudo – afirma Lopes.
Vencida essa etapa, outras duas licitações devem ser realizadas. A primeira, para a elaboração do projeto executivo da obra. A segunda, para a contratação da empresa para sua execução.
Obra trará benefícios comerciais e turísticos
Para o secretário de Desenvolvimento, Turismo e Mercosul de Porto Xavier, Lino Pauli, a construção da ponte internacional facilitará o comércio entre os dois países, além de contribuir para o circuito turístico das Missões. Outro benefício seria o fim das restrições impostas pelos horários das balsas e a facilidade de trânsito para o país vizinho.
– Estamos na torcida para que a ponte, finalmente, saia do papel e vá para cima do rio, onde é o lugar dela– comenta Pauli.