13 fevereiro 2012

Desaparecimento de adolescente completa sete meses sem pistas

Aos 14 anos, grávida de sete meses e meio, 
a adolescente saiu de casa em 13 de julho 
de 2011 Foto: Arquivo Pessoal
Sete meses de revolta e tristeza marcam as vidas de amigos e familiares de Cíntia Luana Ribeiro Moraes em Três Passos, no Noroeste, cujo desaparecimento continua sendo um mistério.
Aos 14 anos, grávida de sete meses e meio, a adolescente saiu de casa em 13 de julho de 2011, por volta das 19h, para encontrar o suposto pai do bebê que esperava e nunca mais voltou. Depois de diversas tentativas, as investigações da Polícia Civil permanecem sem resposta.
Até agora, são mantidas três hipóteses sobre desaparecimento: assassinato, fuga por conta própria e cárcere privado. Para nenhuma das possibilidades, porém, a polícia encontra indícios ou pistas.
— Já fizemos um protesto contra a lentidão das investigações da polícia. Se continuarmos sem novidades, faremos outro. Não podemos nos calar — diz Loreni de Moraes, 32 anos, irmã de Luana.
Delegada responsável pelo caso, Caroline Bamberg Machado se defende afirmando que já investigou inclusive o namorado de Luana e amigos do rapaz, mas não foram encontrados elementos que os incriminasse. A equipe de investigação já esteve em cidades como Ijuí, Três de Maio, no Noroeste, e até em Dionísio Cerqueira-SC e Barracão-PR em busca de Luana.
— Fomos procurá-la em locais onde nos disseram que poderia estar, mas o caso permanece uma incógnita. Nem por isso vamos desistir — afirma a delegada.
Para 15 de setembro estava previsto o nascimento do bebê, cujo nome seria Emily Vitória. Se viva, a criança estaria com quase cinco meses. O enxoval permanece como Luana deixou. As fraldas, as roupinhas continuam na casa da família, como se ela nunca tivesse partido.
Delegada alega que Operação Verão está atrasando a investigação
Estudante do 5º ano do ensino fundamental, ao descobrir a gravidez, a garota decidiu deixar os estudos. Na escola João Padilha do Nascimento, onde estudou, o sumiço causou comoção. Professores e alunos ainda se questionam sobre o paradeiro de Luana. Entre as melhores amigas, a sobrinha Jéssica Taís Moraes, 14 anos, sofre com a ausência da menina alegre, que gostava de passear e brincar com as pessoas.
— No início, ficávamos imaginando onde ela poderia estar. Agora, vejo que muita gente já perdeu as esperanças. Eu tenho medo de que ela já não esteja mais viva — preocupa-se Jéssica.
Principal suspeito do desaparecimento, o suposto pai do bebê, um homem de 27 anos, casado, cuja identidade é mantida em sigilo, admitiu à polícia ter entregue dinheiro para que ela tivesse o filho em outro lugar. Há pelo menos dois meses, o carro dele foi submetido a perícia, depois de terem sido encontradas no veículo manchas que tanto podem ser de sangue humano, animal ou até de terra. A busca é por vestígios que possam indicar algum tipo de violência contra a garota. Até agora, a polícia aguarda o resultado do exame.
— O deslocamento de policiais para o litoral, para Operação Verão, é dos motivos da demora nos resultados — alega a delegada.
Há três meses, o suspeito foi submetido ainda a um detector de mentiras, cuja avaliação final integra a lista de espera da polícia para tentar elucidar o caso. Pedidos foram encaminhados a delegacias de cidades gaúchas e até de outros Estados para que todos os que falaram com Luana dias antes do seu desaparecimento sejam ouvidos. Esta é mais uma resposta que familiares e amigos esperam ter respondidas pela Polícia Civil.