24 fevereiro 2012

Produtores temem não conseguir cumprir contratos antecipados da soja

A estimativa da Emater é que as perdas já ultrapassam os 
50%, nos 653 mil hectares destinados à cultura no Noroeste 
do Estado / Foto: Divulgação
A estimativa da Emater é que as perdas já ultrapassam os 50%, nos 653 mil hectares destinados à cultura no Noroeste do Estado. O prejuízo é de R$ 536 milhões. O problema é que de 35 a 40% dos grãos que não serão mais colhidos já foram comercializados na região da Cotrimaio antes mesmo do plantio, devido aos bons preços registrados durante a época de negociação, em setembro.
Conforme o gerente comercial da cooperativa, Mauro do Rosário, foram realizados dois mil 406 contratos futuros envolvendo mil 837 produtores. O volume de soja que a Cotrimaio comprou antecipadamente é de um milhão e 46 mil sacas de soja, 35% da meta de recebimento da cooperativa na atual safra. Muitos produtores já estariam comprando soja de outras regiões onde a seca foi bem menor para cumprir o contrato e assegurar os preços da época da negociação. Rosário orienta os produtores a entregarem os grãos que conseguirem colher a cooperativa para perfomar o contrato. Quem não colher nada, terá a opção de fazer um novo contrato futuro livre de multa:
"A cooperativa não vai penalizar o seu associado por ele não ter colhido a safra desse ano. A culpa não é dele, mas sim consequência de um fenômeno da natureza", explica.
Conforme o relatório da Emater, com base nas primeiras colheitas de soja na atual safra, a morte prematura das plantas tem forçado o processo de maturação das sementes. Com isso, ao invés de amarelarem, são colhidas ainda verdes, com altos índices de clorofila, o que afeta o potencial de vigor, a germinação e o rendimento industrial na obtenção de óleo.