19 março 2012

Vítima de acidente afirma que ambulância da Prefeitura estava em precárias condições

Ambulância: Veículo colidiu com uma vaca na BR 158
Um acidente ocorrido na madrugada do dia 22 de fevereiro, na BR 158, entre Júlio de Castilhos e Santa Maria envolvendo uma ambulância da Prefeitura de Santo Ângelo deixou o setor de transporte da Secretaria de Saúde "desamparado" e causou revolta em pelo menos uma das vítimas.
Na oportunidade, o veículo levava duas pacientes e duas mães. Uma delas iria realizar tratamento oncológico em Santa Maria. Ela estava acompanhada pela mãe, Taisa Ribeiro, que sofreu significativas lesões na clavícula, teve duas costelas quebradas e até mesmo uma suspeita de "amassamento" em uma das vértebras.
Ouvida pela reportagem de A Tribuna Regional, Taisa contou detalhes do ocorrido e revelou todo o constrangimento e desconforto que esta situação lhe causou. "Na hora do acidente, o motorista chegou na porta da ambulância e disse, ‘saiam que a ambulância está pegando fogo', não nos prestou nenhum tipo de socorro", reclama.
Taisa, que está em casa imobilizada e impedida de realizar seus afazeres cotidianos, ressalta que no dia da viagem o motorista que estava escalado se recusou a dirigir o veículo, alegando que os pneus estavam sem condições, "no arame". "Inclusive quando nos pediam, como passageiros, para assinar o boletim de manutenção do veículo, eu colocava esse problema dos pneus sempre, está lá para quem quiser ver. De nada adianta fazermos um tratamento para uma doença grave se podemos sofrer um acidente no caminho", denuncia.
Taísa afirma ainda que: "se alguém fizer uma vistoria em qualquer um dos veículos que prestam este serviço, verá que nenhum deles tem condições de transportar os pacientes", conclui. Taisa fala que no dia do acidente, a ambulância transportava além de sua capacidade, com dois pacientes infantis e duas mães na parte traseira.
Ela explica que desde o início do tratamento de sua filha, precisou recorrer ao Ministério Público para obter uma vaga e toda vez que precisou do serviço de transporte, teve que insistir muito diante da resistência do responsável pelo setor.
PROVIDÊNCIAS SERÃO TOMADAS
Taísa disse à reportagem que em princípio não manifestava nenhum interesse em se pronunciar juridicamente sobre o assunto, mas, diante da omissão de socorro do motorista e do descaso observado para com a sua situação convalescente, pelos órgãos municipais, irá mover ação judicial de reparação contra a prefeitura.
"Não me prestaram nenhum tipo de assistência, não perguntaram se eu precisava de algo ou como eu estava, simplesmente sumiram", relata. Outro fato que revoltou Taisa foi a maneira como o Boletim de Ocorrência do acidente foi preenchido, sendo atestado que ela teria sofrido "lesões leves". "Estou imobilizada, com a clavícula deslocada, costelas quebradas e em observação. Minhas lesões não tem nada de leve", rechaça.
Atualmente, familiares dela têm prestado auxílio para a condução de sua filha para o tratamento oncológico em Santa Maria.
O veículo em questão
Adquirida pela prefeitura municipal, a ambulância entrou em funcionamento em agosto de 2011 e se trata de um veículo especial adaptado a partir da van Ford Transit.
Na época foi anunciado que o veículo serviria para a remoção de pacientes em casos considerados básicos, enquanto que os serviços de urgência e emergência continuariam sendo prestados pelo serviço do Samu. A ambulância era equipada com sirene, maca, colete cervical e oxigênio e desde sua chegada estava a serviço dos usuários e integrada ao Serviço de Assistência à Saúde (SAS).
A ambulância em questão é classificada como de Suporte Básico de Vida ou Pré-Hospitalar (Tipo B), com capacidade de transporte de um paciente e um acompanhante.

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