09 abril 2012

Irrigação gera empregos no RS

O primeiro movimento constatado é o aumento na 
contratação de funcionários 
Conscientes de que o investimento em irrigação é uma necessidade, produtores gaúchos resolveram botar a mão no bolso. A mudança de comportamento já traz reflexo na produção das poucas fabricantes destes equipamentos no Estado. O número de pedidos cresceu acima da capacidade instalada das indústrias que, agora, correm para ampliar a linha de produção a tempo de faturar com as linhas de incentivo anunciadas pelo governo estadual, principalmente com o programa Mais Água, Mais Renda, lançado há pouco mais de um mês.
O primeiro movimento constatado é o aumento na contratação de funcionários. Principal fabricante de pivô central no Rio Grande do Sul, o Grupo Fockink prevê chegar ao final deste ano com mais 60 no quadro funcional, hoje composto por 600 colaboradores. O investimento se justificativa: somente em março, a empresa de Panambi recebeu pedidos de elaboração de 300 projetos, o dobro de março de 2011. O diretor superintendente, Siegfried Kwast, destacou que a taxa de conversão do papel para a prática costuma ser de 10%, mas este índice deve aumentar. No ano passado, a Fockink produziu 90 pivôs - 20% a mais que em 2010 - e para 2012 a expectativa de crescimento é de 30% a 35% em produção e faturamento.
Com sede em Passo Fundo, a Bauer Irrigação, única filial da empresa austríaca nas Américas, planeja inaugurar nova fábrica no Estado para atender, além do mercado interno aquecido, as exportações para o Mercosul. A meta é triplicar o faturamento anual de R$ 8 milhões e dobrar o número de funcionários, que hoje chega a 22. De acordo com o diretor Adroaldo Fischer, ainda não foi definido o local de instalação da unidade. Em 2011, a Bauer fabricou 26 pivôs e 205 carretéis autopropelidos. Para 2012, a projeção de crescimento é de 50% a 80% em receita. São estimativas baseadas no potencial de clientes como os 119 associados da Cotrijuí que, na semana passada, aderiram ao Mais Água, Mais Renda. Os contratos, que somam R$ 2,75 milhões, foram desenvolvidos para propriedades de 1,5 a 12 hectares.
A expectativa dos fabricantes é que o aquecimento setorial resulte em redução dos custos do sistema, cujo investimento hoje é estimado entre R$ 5 mil e R$ 10 mil por hectare, dependendo do tamanho. Kwast acredita que isto seria possível com maior escala. "O Brasil produz 800 pivôs/ano, enquanto os EUA fabrica 10 mil/ano. Se passássemos para 5 mil/ano, o custo cairia 30% para o cliente." O gerente de Produção da Irritécnica, de Porto Alegre, Antônio Alberto Werlang, concorda. "É a lei da oferta e da procura."

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