08 abril 2012

Horizontina: John Deere volta a demitir e Osmar Terra reclama do imobilismo do governo federal

Terra critica a política do governo federal “que permite que a
Argentina pressione e ganhe uma planta industrial da John Deere”
A unidade da John Deere em Horizontina, fábrica de tratores, colheitadeiras e máquinas agrícolas demitiu 40 trabalhadores no dia 3 de abril, agravando o problema social na cidade e região Noroeste do Rio Grande do Sul. No ano passado, outros 300 funcionários foram dispensados, por causa da falta de mercado para seus produtos.
A diretoria da empresa justificou que a redução visa ajustar a força de trabalho aos ciclos de produção do mercado.
O deputado federal OsmarTerra lamenta a decisão e afirma:
- A empresa sofre uma pressão absurda de bloqueio de seus produtos na Argentina, bem como a transferência de suas fábricas do Rio Grande do Sul para o outro lado da fronteira. O governo de Cristina. Kirchner bloqueou por nove meses as exportações da John Deere para Argentina, até que a empresa concordasse em construir uma fabrica de colheitadeiras lá.
Isto já acontece com a unidade de no município de Granadero Baigorria (Santa Fe), onde na semana passada houve um encontro de 200 empresários argentinos com o propósito de desenvolver uma rede de fornecedores locais para a produção de sete modelos de tratores e quatro colheitadeiras. .O objetivo é produzir 25 mil tratores por ano.
JORNAL PÁGINA 12
A edição de 28 de março de março do jornal Página 12, de Buenos Aires, noticia o evento de Granadero Baigorria e acrescenta que os empresários avaliam “con qué elementos podrían contribuir con John Deere en su plan de inversiones y de sustitución de importación, objetivo planteado por el gobierno nacional.”
O quadro é agravado pela retenção, durante nove meses, de 600 tratores e colheitadeiras da indústria John Deere, de Horizontina, na aduana argentina:
O parlamentar enumera alguns fatos que provam que a John Deere está de saída de Horizontina: 1) a diretoria da empresa, que residia na cidade, mudou-se para Porto Alegre e será transferida para São Paulo; 2) a fábrica de tratores de Horizontina foi fechada e transferida para Montenegro; 3) a fábrica de colheitadeira reduz drasticamente sua produção e deve ser levada, a curto prazo, para a Argentina:
- Quem conhece rudimentos de economia sabe que uma multinacional não vai instalar duas unidades semelhantes perto de outra. É o caso da John Deere, que está de saída da região Noroeste do Rio Grande do Sul.
IMOBILISMO FEDERAL
Terra critica a política do governo federal “que permite que a Argentina pressione e ganhe uma planta industrial da John Deere”. Observa que a fábrica a ser ampliada está distante cerca de mil quilômetros de Horizontina:
- Isso prova que o investimento cede às pressões do governo argentino, afetando diretamente os interesses brasileiros nesse mercado. Fica cada vez mais claro que o mercado argentino não importará mais máquinas da fábrica de Horizontina para montar as máquinas por lá. Os argentinos já se organizaram para ter seus próprios fornecedores. E isto também demonstra que eles não querem saber de equipamentos brasileiros para montar as máquinas lá.
Terra acusa o governo brasileiro de passividade diante das ações do país vizinho e propõe uma mobilização dos setores produtivos e parlamentares gaúchos para exigir providências:
- O governo brasileiro tem poder de retaliação e condições de impor uma mudança deste comportamento da Argentina. O Rio Grande e o Brasil esperam uma atitude muito enérgica do Governo brasileiro diante dos desmandos argentinos.
A John Deere de Horizontina é a maior fabrica de colheitadeiras do Brasil, herdeira da SLC, tem planta de 12 hectares de área coberta. Juntas a Unidade da John Deere de Horizontina e a unidade da AGCO/Massey, de Santa Rosa, produzem 70 % das colheitadeiras brasileiras. As duas indústrias estão localizadas no Noroeste gaúcho, região que diminuiu a população no ultimo censo (2010). Terra adverte:
- Se, mesmo com tais indústrias, e outras como os frigoríficos, a região diminuiu sua população, imagine se perder a John Deere.

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