21 junho 2012

Especialistas questionam conteúdo de provas em concursos no RS

Foram encontradas perguntas repetidas de outros exames
O conteúdo de diversas provas aplicadas em concursos de prefeituras do Rio Grande do Sul é questionado por especialistas. Além de perguntas repetidas, foram encontrados erros de português e, até mesmo, conteúdo inadequado para selecionar os melhores candidatos, como ocorreu em um concurso público para o cargo de médico no Rio Grande do Sul.

"Eu tenho uma prova com 25 questões, onde 10 são da área de medicina. Outras são de português, de conhecimento básico, de matemática. Não avalia efetivamente", disse Alessandro Dantas, professor em Direito Administrativo.

ania Beatriz, doutora em psicologia da Educação na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), avaliou as provas de um concurso para professor de educação infantil realizado no Rio Grande do Sul e também em Santa Catarina.

"Elas não tratam da criança especificamente, muito menos do trabalho da docência em sala de aula. Elas não enfocam aquilo que deveriam enfocar", disse a doutora.

No concurso da prefeitura de Gravataí, na Região Metropolitana, realizado no ano passado, as provas foram anuladas para depois serem refeitas, e o concurso foi mantido. Entre os problemas encontrados, estão questões copiadas do concurso da prefeitura de Tramandaí, no Litoral Norte, realizado pela mesma empresa.

"Nós conseguimos perceber que os candidatos falavam entre si que as questões estavam se repetindo entre um município e outro", disse Jean Pierre Torman, Procurador Geral de Gravataí.

A Pontua, empresa responsável, alega que já havia decidido refazer as provas antes mesmo de ser notificada pela prefeitura do município. Esta mesma empresa já teve problemas em exames aplicados nas prefeituras de Capão da Canoa, Taquara e no Tribunal Regional Eleitoral em Santa Catarina.

"Se a empresa detecta que houve um erro, até mesmo poderia ter acontecido de ter sido cobrado uma questão fora do edital, quem faz a prova é ser humano. As pessoas são passíveis de erros", disse Fabiana Centeno Neves, sócia da empresa Pontua.

O Tribunal de Contas do Rio Grande do Sul (TCE-RS) anunciou no começo da semana uma devassa em contratos de prefeituras e câmaras com empresas que organizam concursos públicos.

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