Em Santa Ângelo, vacinas voltaram a ser restritas a crianças e o grupo de risco (Foto: Marcus Luft/RBS TV) |
As 15 mortes provocadas pelo vírus H1N1 neste começo do inverno no Rio Grande do Sul levaram muitas pessoas aos postos de saúde em busca da vacina contra a gripe A. Mudanças nas regras de vacinação, no entanto, causam confusão na Região Noroeste, conforme reportagem do RBS Notícias. Do total de óbitos registrados no estado neste ano, 10 ocorreram em municípios da região.
Em Santo Ângelo, onde a vacina estava liberada para todos os públicos, nem todos conseguiram a imunização. As doses gratuitas voltaram a ser restritas ao grupo de risco, composto por crianças de seis meses a dois anos, idosos, gestantes e doentes crônicos. Muitos foram aos postos de saúde, mas ficaram sem a vacina. “Hoje eu fui no posto e não deu, porque a minha filha não tem idade”, reclama uma mãe.
As secretarias de saúde dos municípios da Região das Missões decidiram acatar uma recomendação do Ministério Público (MP), de reservar as doses para crianças de até seis anos de idade. Segundo a Promotoria Regional de Educação, essa prioridade é prevista na Constituição Federal.
“As crianças mais pequenas não atendem as recomendações de prevenção, de cuidados com higiene, de não se aproximar de coleguinhas, de não colocar objetos na boca, porque elas ainda não têm condições de entender e ter uma disciplina pra isso”, explica a promotora regional de educação, Rosângela Corrêa da Rosa.
Em Cruz Alta, as 22 escolas de Ensino Fundamental decidiram antecipar as férias escolares de inverno para a próxima terça-feira (10), seis dias antes do previsto. A medida atinge 7 mil alunos. “Estamos seguindo uma tendência, pensando na prevenção à gripe. As escolas estaduais devem também adotar esta medida, assim como as particulares”, disse a secretária municipal de Educação, Cleonice Mayer.
Outras cidades do Noroeste como Boa Vista do Cadeado, Santa Bárbara do Sul, Quinze de Novembro e Pejuçara também anteciparam as férias dos estudantes das escolas municipais.
Medidas preventivas para evitar novas contaminações pelo vírus H1N1 estão sendo adotadas em todas as regiões do estado. Os bebedouros de várias escolas de Santa Maria, na Região Central, foram interditados. Cada aluno é orientado a trazer a própria garrafa de casa.
Em São Borja, na Fronteira Oeste, a Brigada Militar ajudou a organizar a vacinação. Teve gente que passou a noite na fila. As 4,5 mil doses, apenas para pessoas dos grupos de risco, terminaram à tarde. “O pessoal veio de madrugada e com chuva. Quem ainda não está doente, quem ainda não tá gripado, vai adoecer”, reclama a dona de casa Tânia Martins.
Nesta sexta-feira (6), a Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) encaminhou solicitação à Secretaria Estadual de Saúde (SES) exigindo mais vacinas para todas as cidades. A SES já informou que não há mais doses e não é possível o Ministério da Saúde comprar mais. Os prefeitos também pediram distribuição do remédio Tamiflu, indicado para o tratamento da gripe. O governo reafirma que há remédio para todos e que o acesso deve ser facilitado pelas prefeituras.
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