19 outubro 2012

Mesmo na cadeia, candidato se elege vereador em Bom Progresso, RS

Tiago Kriesel, é vereador eleito pelo PTB
Um vereador eleito de Bom Progresso, na Região Noroeste do Rio Grande do Sul, obteve a vaga na Câmara Municipal mesmo estando preso. Tiago Kriesel, do PTB, foi detido pela Polícia Civil em setembro, cerca de 20 dias antes da eleição municipal, na Operação Babilônia, que investiga crimes contra a administração pública na cidade.

Se não for condenado, poderá assumir o mandato. Caso contrário, o suplente assume a vaga. “Se não for constatada infração eleitoral nestes documentos que foram enviados à Justiça Eleitoral, em principio este vereador apenas vai responder a processo criminal como responderia qualquer cidadão comum”, explica o promotor de Justiça Eleitoral de Três Passos, Janor Duarte.

Ex-secretário de Assistência Social e Urbanismo, Kriesel concorreu a um cargo legislativo pela primeira vez. Como na reta final das eleições, ele não teve como fazer campanha, a família fez o trabalho. “Pedimos voto de cada um. Fomos no mano a mano para tentar a eleição dele”, diz o pai, o agricultor Valdir Kriesel.

Os familiares precisaram enfrentar o constrangimento pela situação do candidato. “Foi complicado”, admite a mulher do vereador eleito, a dona de casa Emanuela Buchner. “Em algumas casas o pessoal quer saber o que acontece realmente. A gente não sabe o que realmente está acontecendo, mas tentamos explicar da nossa forma”, acrescentou.

O trabalho dos familiares surtiu efeito. Mesmo dentro do Presídio Estadual de Três Passos, Kriesel foi o quinto vereador mais votado de Bom Progresso, com 119 votos. “Se ele estivesse fora do presídio, com certeza seria o mais votado”, garante Emanuela.

Mais de 20 indiciados

Kriesel foi um dos pelo menos 14 presos no dia 18 de setembro, quando a Polícia Civil deflagrou a Operação Babilônia. Até o final do mês passado, seis pessoas haviam sido indiciadas, entre elas o vice-prefeito. O delegado responsável pelo caso, Joeberth Pinto, afirma que espera indiciar cerca de 20 pessoas, entre empresários, prestadores de serviço e funcionários públicos.

Eles são suspeitos de fazer compras superfaturadas de produtos em nome de pessoas que não solicitavam, nem precisavam dos produtos. No total, cerca de R$ 7 milhões teriam sido desviados do cofre do município. “O valor era dividido entre o fornecedor e aqueles que são responsáveis pela administração”, afirmou o delegado.

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