08 dezembro 2012

Guardas combatem crimes ambientais no Parque Estadual do Turvo

Foto: Alexandre Oliveira
O Período de Defeso completa no próximo dia 15, dois meses. Também conhecida como Piracema, essa temporada é destinada a reprodução das espécies de peixes.

Desde 15 de outubro, a fiscalização ambiental já apreendeu mais de 25 mil metros de redes dentro dos limites do Parque Estadual do Turvo. Além disso, ainda foi retirado do Rio Uruguai, espinheis, esperas e materiais utilizados para o “arrastão”. As patrulhas são efetuadas pelos guardas florestais de três a quatro vezes por semana. Em determinadas ocasiões, contam com o auxílio da PATRAM de Três Passos.

De acordo com Leandro Strimgari, diretor do Parque Estadual do Turvo, inúmeras apreensões são decorrências de denúncias anônimas, o que demonstra a conscientização e colaboração das comunidades ribeirinhas.

Iran dos Santos Almeida, que há 32 anos atua como guarda florestal, lembra que anteriormente quando ocorria uma apreensão, os demais pescadores se afastavam, mas hoje, parecem rechaçar as leis vigentes.

Segundo Leandro, a preferência pela pescaria na área do parque é por causa das corredeiras, que transformam o local em um berço reprodutor de peixes. As espécies mais visadas são o Dourado e o Surubi. O diretor conta que somente numa fiscalização, os patrulheiros recolheram cerca de sete mil metros de redes. Os materiais apreendidos são encaminhados para incineração em Três Passos.

Leandro acredita que a pesca é exclusivamente comercial, pois muitos exemplares retirados do Rio Uruguai podem ser facilmente encontrados em cidades da região. No entanto, ele lembra que essa atividade dentro dos limites do parque é proibida o ano todo. Pessoas presas em flagrante por tal prática serão enquadradas na Lei de Crime Ambiental, que prevê reclusão de um a três anos.

Diante da constatação que as pessoas cada vez mais desrespeitam a Piracema, biólogos da Universidade Federal de Santa Catarina, desenvolvem o monitoramento do repovoamento de peixes no Rio Uruguai.

Outro problema enfrentado constantemente é a caça. Leandro ressalta que os caçadores matam Cateto, Paca, Cotia, Veado e a Anta, cujo último refúgio é o parque localizado no município de Derrubadas. - Esses animais abatidos acabam sendo comercializados - sublinha o diretor.

O Parque Estadual do Turvo que possui 17.491,40 hectares, sendo 60 quilômetros as margens do Rio Uruguai, conta com sete guardas florestais e 12 vigilantes responsáveis pelo patrimônio existente no local. A direção da unidade de conservação enviou um projeto ao governo estadual solicitando a nomeação de 15 guardas florestais. O edital do concurso é aguardado para março de 2013.

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