Reportagem mostra técnica de frisagem de pneus (Foto: Giovani Grizotti/RBS TV) |
Borracharias localizadas em beiras de estrada do Rio Grande do Sul podem estar comprometendo a segurança de usuários de rodovias gaúchas. A técnica de frisagem ou riscagem de pneus consiste em dar uma aparência de novo a um produto já velho, sem dá-lo, no entanto, condições para seguir sendo utilizado. Máquinas refazem os sulcos desgastados sem acrescentar uma nova camada de borracha.
O dono de uma borracharia da Zona Sul de Porto Alegre aceitou mostrar à reportagem do Fantástico como a fraude é feita. "Tem que fazer bem em cima do sulco original", explicou o homem, que não quis ser identificado. Em Soledade, na Região Noroeste, um outro borracheiro garante que a maquiagem dificilmente é descoberta pela polícia. "Se fizer bem feitinho, não dá problema", disse.
Para um frisar um pneu, um borracheiro leva cerca de 10 minutos. O custo varia conforme o modelo. Para caminhões, o valor vai de R$ 20,00 a R$ 40,00.
Conforme especialistas, as chances de um veículo nessas condições perder o controle em uma curva aumentam, especialmente em dia de chuva. "O pneu está sem a sua base de borracha, já está na carcaça, por isso os riscos são maiores", explica o engenheiro mecânico e perito Rodrigo Kleinubing.
Apesar da Polícia Rodoviária Federal afirmar que um pneu “maquiado” não tem condições de rodar, não existe uma lei nacional que puna a ação. Uma multa grave, de R$ 127,69, pode ser aplicada, além de mais cinco pontos na carteira. Já o Ministério Público afirma que dirigir um carro nessas condições resulta em processo criminal, com até um ano de prisão em caso de condenação. O condutor é enquadrado por expor a risco a vida de outras pessoas. A mesma punição pode ser aplicada aos donos de borracharias que contribuem para a fraude.
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