27 janeiro 2013

Desespero: celulares de vítimas tocavam sem parar durante o resgate

Autoridades já confirmaram 233 mortes no incêndio que
atingiu a boate Kiss, em Santa Maria
(Foto: Adriana Franciosi, Agência RBS)
A tragédia do incêndio da boate Kiss revela facetas dramáticas. Carlos Walau, 36 anos, foi um dos socorristas voluntários ajudou a tirar mais de 200 vítimas de dentro dos caminhões para o ginásio do Centro Desportivo Municipal.

— Tirei o corpo de uma menina que estava com um celular que não parava de tocar. Em seguida, deu barulho de mensagem, li e era a mãe dela perguntando onde ela estava — relata com a voz embargada.

Na tentativa de auxiliar na identificação dos mortos, integrantes do Grupo de Gerenciamento da Crise colocavam documentos de identificação — como identidade e carteira de habilitação — e celulares no peito das vítimas. No começo da tarde, quando foi dado início ao procedimento de reconhecimento dos mortos do incêndio, que já estavam no ginásio, muita pessoas encontraram seus filhos, parentes e amigos por meio de ligações telefônicas.

— A gente escutava os celulares tocando dentro do ginásio e o choro dos pais e familiares — relata Carlos Walau.