Moradores de Cerro Largo durante o anúncio do nome do novo Papa (Foto: Márcio Luiz/G1) |
Foi com um misto de decepção e orgulho que os moradores de Cerro Largo, no Rio Grande do Sul, reagiram ao anúncio do novo Papa. A cidade natal de Dom Odilo Scherer, apontado como um dos favoritos para suceder Bento XVI antes do início do conclave, viveu dias de muita euforia em torno da possibilidade de virar conhecida mundialmente. Expectativa que acabou não se confirmando com a eleição do argentino Jorge Mario Bergoglio, o Papa Francisco I.
Desde o início da tarde, sete parentes de Dom Odilo se reuniram para acompanhar o resultado da quarta e da quinta votação do conclave, no Vaticano. Um telão foi instalado no salão paroquial da Igreja Matriz, a principal da cidade. Assim que a fumaça branca surgiu na chaminé da Capela Sistina, o lugar começou a lotar.
Primeiro chegaram dezenas de crianças e professores de um colégio católico situado ao lado da igreja. Depois, chegaram os funcionários da prefeitura, que fica no lado oposto da praça central da cidade. O prefeito e o vice do município também marcaram presença. Curiosos e mais alguns membros da família Scherer elevaram o público do local para cerca de 500 pessoas. Uma faixa exaltando Dom Odilo chegou a ser estendida.
Fiéis oram pelo conclave na Igreja da Matriz (Foto: Márcio Luiz/G1) |
Entre o anúncio de que a Igreja Católica tinha um novo pontífice e a divulgação do nome dele, foram minutos de muita angústia para os presentes. Prima de Dom Odilo, Rozane Scherer, 43 anos, não conseguia esconder o nervosismo. Por mais de um vez, juntou as palmas das mãos e rezou. “É uma ansiedade muito grande. Acho que nunca passei por isso na vida”, relatou ela.
Quando o telão mostrou o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio, de 76 anos, na varanda da Basílica de São Pedro e o nome dele foi confirmado como o novo Papa, os presentes no salão da igreja silenciaram. A pequena multidão ficou mais alguns minutos ouvindo as primeiras palavras do novo líder da Igreja Católica, antes de se dispersar.
Apesar da frustração, os familiares de Dom Odilo fizeram questão de ressaltar o orgulho que sentem pelo religioso. Vindo de uma família de pequenos agricultores que emigraram da Alemanha, ele fez a cidade sonhar por alguns dias que o primeiro Papa brasileiro seria cerro-larguense. “Toda a cidade torceu muito e vamos continuar rezando por ele. Ele ainda é novo, tem 63 anos, pode ser que tenha outra oportunidade”, afirmou Rozane.