Homenagem à mulher organizada pelo Poder Público teve a participação dos cursos de Psicologia e de Tecnólogo em Design de Moda da Instituição |
Atraídas pelo tema “Espelho, espelho meu... Existe alguém mais bela do que eu?” as mulheres de Três de Maio presentes na tarde de terça-feira, 5, na Câmara de Vereadores foram convidadas a pensar sobre assuntos muito atuais em suas vidas.
Seja como busca de um ideal, seja como uma forma de aprisionamento, ou mesmo como valorização daquilo que lhe é específico, toda mulher se vê em algum momento às voltas com questões relacionadas à beleza.
Ser bela e sentir-se assim é um assunto de interesse de toda mulher. Mas afinal, o que é beleza? O que define quem é uma bela mulher nos dias atuais? Só existe um único modo de ser bela? A beleza só refere-se ao físico? É possível ser tão bela quanto gostaríamos? Para auxiliar nessas questões, a estagiária do Serviço Clínica Escola de Psicologia Setrem, (SERCEPS) Júlia Shapuiz, juntamente com sua orientadora, a professora Evandir Bueno Barassuol, propuseram uma vivência sociodramática baseada na linha teórica do Psicodrama. Júlia conta que na oportunidade as mulheres presenciaram um momento especial, onde cada uma foi instigada a refletir sobre como estava, e quais os paradigmas que permeiam a sociedade contemporânea, trazendo consigo os padrões de beleza. “O momento de reflexão procedeu com a fala espontânea das mulheres participantes, trazendo relatos do dia-a-dia e colocando em contraponto a mulher ideal e real, com suas singularidades, qualidades, defeitos, medos e anseios. Foi bem interessante”, conta.
No segundo momento, com a temática “A moda é para todas”, a palestra proferida pela professora Vanessa Marin, do Curso de Tecnologia em Design de Moda da SETREM, abordou a moda como uma aliada das mulheres. Partindo da ideia de que toda mulher já é bela e que deve conhecer melhor seu tipo físico, foram trabalhados alguns conceitos sobre estilo e tendências, que muitas vezes enganam e levam ao consumismo. “Devemos analisar qual é o nosso tipo físico e escolher roupas e acessórios que melhor nos valorizem. Sendo assim, a mulher pode e deve usar a moda para valorizar sua aparência, melhorando sua confiança e autoestima”, enfatiza Vanessa.
A professora explica que quando você se veste de acordo com seu estilo, você está respeitando sua personalidade e se sente mais autoconfiante, e isso é facilmente percebido pelas outras pessoas. “Ter estilo é respeitar sua identidade e não se levar pelos modismos. A pessoa que tem um estilo próprio pode até se vestir com roupas da moda, mas desde que estejam em harmonia com sua personalidade”, ensina.
Vanessa deixa claro que a moda já deixou de ser sinônimo de futilidade e improvisação há muito tempo. Ela explica que a palavra “moda” vem do latim modus, significando “modo”, “maneira”. É, de acordo com a professora, um sistema que acompanha o vestuário e o tempo, que integra o simples uso das roupas no dia-a-dia a um contexto maior, político, social, cultural.
Diante das cerca de 40 mulheres presentes na atividade, a docente da SETREM conta que ainda há muito preconceito em relação à moda. Segundo ela, deve-se em parte porque tem um caráter efêmero e porque ela tem a ver com a aparência, supostamente privilegiando o superficial. Muitas vezes, segundo Vanessa, a moda também é vista como algo feito para iludir, disfarçar e ser alguém que, na verdade, não se é. “Quem a critica dessa forma certamente desconhece as implicações sociológicas e psicológicas da moda: coisas simples como sentir-se bem ao usar determinada roupa, ou vulnerável vestindo outra... “, comenta.
A XVI Semana da Mulher: Urgências para o século XXI teve início no dia 1º e estende-se até dia 9 de março. A atividade é promovida em parceria com a Secretaria Municipal de Políticas da Mulher como parte das comemorações ao Dia Internacional da Mulher em Três de Maio. A atividade que teve a participação do SETREM foi realizada na tarde de terça-feira, 5, e contou com a coordenação da psicóloga Marta Lorentz, das professoras Evandir Barassuol, Vanessa Marin, Carolina Duarte de Souza e das acadêmicas do curso de Psicologia Júlia Shapuiz e Liane Beatriz Roedel.