Garoto foi entregue pela mãe Alessandra ao pai para passar o fim de semana (Foto: Arquivo pessoal / Arquivo pessoal) |
As horas de sono são raras, mas quando dorme, Alessandra Spiller, 40 anos, deixa o notebook no colo, o celular ao lado e a televisão ligada. Espera por notícias sobre o paradeiro do filho Jhonny Antonio, quatro anos, no apartamento em que vive em Guaporé, na Serra. O menino foi visto pela última vez na manhã de sexta-feira, com o pai italiano Carlo Mormile, 54 anos.
Alessandra viu o menino por volta das 9h, quando o entregou ao pai para que passasse o fim de semana, uma vez que tem a guarda provisória de Jhonny. Ela conta que o ex-marido buscou o menino no trabalho dela. Desde então, a mãe não conseguiu mais contato com Mormile e com o filho.
Preocupada, ela foi até o hotel Rocenzi, onde o italiano estava hospedado — por volta das 17h de sábado, quando ele teria de entregar o garoto —, mas não os encontrou. O proprietário do estabelecimento, Aldori Vicenzi, disse que ninguém viu o hóspede deixar o local. Segundo ele, Mormile, que estava hospedado desde 6 de março, levou a chave do quarto e não fechou a conta.
O dono do hotel conta que, nas vezes em que viu o pai com o garoto, o italiano sempre foi muito carinhoso, e o menino costumava retribuir o afeto. Vicenzi também revela que Mormile costumava deixar Jhonny brincar com seu filho, que tem a mesma idade, quando ficava no estabelecimento.
Como Mormile é italiano, a Polícia Federal (PF) investiga o caso e faz buscas. A polícia informou ter recebido da Justiça, no domingo, um mandado de busca e apreensão do menino para que ele seja devolvido à mãe. Desde então, na tentativa de localizar o garoto, os policiais fazem buscas em parceria com outros órgãos de segurança.
Informações sobre o caso foram repassadas para todas as delegacias da Polícia Federal do país, com um alerta especial às que ficam em regiões de fronteira. De acordo com a PF, o passaporte do italiano está retido no Conselho Tutelar de Guaporé, medida para que o pai pudesse ver o filho nos finais de semana.
Os detalhes da ação para tentar localizar pai e filho não foram revelados, segundo a polícia, para não atrapalhar as investigações. Até o início da noite desta segunda-feira, o paradeiro dos dois ainda era desconhecido.
Conforme a assessoria de imprensa do Palácio do Itamaraty, o Ministério das Relações Exteriores só pode adotar uma medida se receber indícios concretos de que o italiano e o filho deixaram o país. Sem isso, o caso é responsabilidade da Polícia Federal.