Transportador também entregou envolvimento de cooperativa paranaense no esquema (Foto: Marjuliê Martini/Divulgação MP) |
Preso preventivamente na quarta-feira (22) no município de Rondinha, um dos transportadores envolvidos na fraude do leite no Rio Grande do Sul confessou nesta quinta (23) participação no esquema. Segundo o Ministério Público (MP), ele afirmou que revendia o leite adulterado a uma união de cooperativas da Região Norte do Paraná, a Confepar.
As revelações foram feitas após uma proposta de delação premiada, segundo o MP. Por causa do acordo, o transportador ganhará liberdade imediata e terá uma eventual pena aplicada pela Justiça após o oferecimento da denúncia reduzida pela metade.
Em depoimento aos promotores Mauro Rockenbach e Alcindo Luz Bastos da Silva Filho, o suspeito deu detalhes de como funcionava o esquema e disse que em apenas uma oportunidade a cooperativa paranaense rejeitou a carga transportada por ele. Em todas as demais, o produto com água e ureia foi aceito, conforme o MP.
A atuação da cooperativa foi qualificada por Rockenbach como “predatória” e “criminosa”. Conforme o promotor, o lucro da empresa paranaense estava centralizado no volume de leite recebido. “A indústria gaúcha está ociosa em 50% de sua planta. A Confepar praticava uma concorrência desleal, um prejuízo ao estado”, afirmou.
O G1 tentou contato com a assessoria de imprensa da Confepar, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. Em uma manifestação anterior, por meio de nota, a cooperativa disse reiterar seu “repúdio a ações fraudulentas” e reafirmou que “sempre cumpriu com rigor seus procedimentos e controles internos de qualidade”.
Leite adulterado era armazenado em posto de Selbach, no RS
Ainda conforme o MP, o transportador contou que até dezembro de 2012 transportou leite para uma indústria de Estrela, que foi interditada pela Secretaria de Agricultura após o escândalo de adulteração. Depois desse período, passou a negociar com um concorrente.
Nesse meio tempo, o responsável pelo posto de resfriamento em Selbach, preso na primeira fase da Operação Leite Compensado, teria se apresentado ao produtor como técnico da cooperativa, interessado em comprar suas rotas de produtores. Os dois fecharam negócio em 20 de janeiro deste ano, disse o produtor ao MP.
A fórmula de adulteração utilizada pela dupla consistia em adicionar 70 litros de água e 300 gramas de ureia, substância que contém formol em sua composição, ao leite cru. Conforme o depoimento prestado ao MP, a cada 30 cargas mensais do produto, 20 eram adulteradas. Em média, 600 mil litros eram levados a Selbach a cada 30 dias.
Para driblar a fiscalização do Ministério da Agricultura, o transportador era comunicado para desviar a rota pelo técnico da cooperativa e por uma funcionária dele. Em uma das ocasiões, ele teria levado o leite adulterado para um posto de resfriamento da cooperativa na cidade de São Martinho, no Rio Grande do Sul.
Os promotores Mauro Rockenbach e Alcindo Bastos informaram que o depoimento já foi encaminhado para a 7ª Promotoria de Justiça de Londrina, local da sede da cooperativa, para as providências cabíveis. Um procedimento investigatório sobre a atuação da cooperativa já tramita na cidade, segundo o MP.
As revelações foram feitas após uma proposta de delação premiada, segundo o MP. Por causa do acordo, o transportador ganhará liberdade imediata e terá uma eventual pena aplicada pela Justiça após o oferecimento da denúncia reduzida pela metade.
Em depoimento aos promotores Mauro Rockenbach e Alcindo Luz Bastos da Silva Filho, o suspeito deu detalhes de como funcionava o esquema e disse que em apenas uma oportunidade a cooperativa paranaense rejeitou a carga transportada por ele. Em todas as demais, o produto com água e ureia foi aceito, conforme o MP.
A atuação da cooperativa foi qualificada por Rockenbach como “predatória” e “criminosa”. Conforme o promotor, o lucro da empresa paranaense estava centralizado no volume de leite recebido. “A indústria gaúcha está ociosa em 50% de sua planta. A Confepar praticava uma concorrência desleal, um prejuízo ao estado”, afirmou.
O G1 tentou contato com a assessoria de imprensa da Confepar, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. Em uma manifestação anterior, por meio de nota, a cooperativa disse reiterar seu “repúdio a ações fraudulentas” e reafirmou que “sempre cumpriu com rigor seus procedimentos e controles internos de qualidade”.
Leite adulterado era armazenado em posto de Selbach, no RS
Ainda conforme o MP, o transportador contou que até dezembro de 2012 transportou leite para uma indústria de Estrela, que foi interditada pela Secretaria de Agricultura após o escândalo de adulteração. Depois desse período, passou a negociar com um concorrente.
Nesse meio tempo, o responsável pelo posto de resfriamento em Selbach, preso na primeira fase da Operação Leite Compensado, teria se apresentado ao produtor como técnico da cooperativa, interessado em comprar suas rotas de produtores. Os dois fecharam negócio em 20 de janeiro deste ano, disse o produtor ao MP.
A fórmula de adulteração utilizada pela dupla consistia em adicionar 70 litros de água e 300 gramas de ureia, substância que contém formol em sua composição, ao leite cru. Conforme o depoimento prestado ao MP, a cada 30 cargas mensais do produto, 20 eram adulteradas. Em média, 600 mil litros eram levados a Selbach a cada 30 dias.
Para driblar a fiscalização do Ministério da Agricultura, o transportador era comunicado para desviar a rota pelo técnico da cooperativa e por uma funcionária dele. Em uma das ocasiões, ele teria levado o leite adulterado para um posto de resfriamento da cooperativa na cidade de São Martinho, no Rio Grande do Sul.
Os promotores Mauro Rockenbach e Alcindo Bastos informaram que o depoimento já foi encaminhado para a 7ª Promotoria de Justiça de Londrina, local da sede da cooperativa, para as providências cabíveis. Um procedimento investigatório sobre a atuação da cooperativa já tramita na cidade, segundo o MP.