Segunda fase da operação foi desencadeada em 22 de maio |
O Ministério Público denunciou, nesta quarta-feira, 12, Antenor Pedro Signor, Odirlei Fogalli, Daniel Riet Villanova e Natalia Junges por envolvimento na fraude do leite. Os três primeiros são denunciados sete vezes pelo crime de corromper, adulterar, falsificar ou alterar substância ou produto alimentício destinado a consumo, tornando-o nocivo à saúde ou reduzindo-lhe o valor nutritivo. Os quatro também responderão por formação de quadrilha. Conforme a denúncia, assinada pelo Promotor de Justiça da Especializada Criminal Mauro Rockenbach e pela Promotora de Justiça de Ronda Alta, Claudia Maria Cezar Massing, a fraude ocorreu no período compreendido entre dezembro de 2012 e maio de 2013.
Segundo a inicial, Antenor Pedro Signor, sócio proprietário da empresa de transporte de leite A.R. Signor & Cia Ltda. (com sede em Rondinha), e Daniel Riet Villanova, técnico da Confepar que utilizava um posto de resfriamento em Selbach, eram os responsáveis pelo esquema de adulteração do produto com água e ureia contendo formol. Odirlei Fogalli era o motorista contratado por Signor para ajudá-lo na fraude, enquanto que Natalia Junges, funcionária da Confepar, agia por determinação de Villanova, no suporte e apoio logístico do esquema. Conforme as investigações, realizadas pela Força-Tarefa do MP, a mulher exercia o papel de informante da quadrilha, telefonando para os motoristas dos caminhões e avisando-os acerca da fiscalização do Ministério da Agricultura. Ela era a "olheira" da associação criminosa.
Além disso, Daniel Riet Villanova forneceu a fórmula da adulteração a Antenor Signor (70 litros de água e 300 gramas de ureia para 900 litros de leite). O pacto entre eles era que Signor pagaria, mensalmente, até R$ 2,5 mil para Villanova.
De forma espontânea e com a finalidade de auxiliar as investigações do MP, Antenor Signor entregou notas fiscais que comprovam que todo o leite adulterado por ele era entregue para a Confepar. Entre 23 de janeiro e 30 de abril deste ano foram aproximadamente 1 milhão e 549 mil litros do produto fraudado remetidos para a Cooperativa, com sede em Pato Branco, no Paraná. O frete até o estado vizinho foi realizado por um valor total de R$ 99 mil. O valor era calculado por quilômetro rodado e não o percentual por litro de leite. Dessa forma, o MP requereu à Justiça o benefício da delação premiada.
"A Confepar deve, agora, explicações à sociedade sobre o que fez com esse leite adulterado", pondera Mauro Rockenbach. Já tramita um inquérito na Promotoria de Justiça de Pato Branco sobre a participação da empresa no esquema.
Daniel Villanova e Natalia Junges já haviam sido denunciados pelos mesmos crimes também na Comarca de Ibirubá, fruto da primeira parte da Operação Leite Compen$ado. Villanova segue detido no presídio de Espumoso.