Resultado do estudo gera relatório e maquetes, que são apresentados a uma banca (Fonte: Vanderlei Holz Lermen, bolsista do CTA) |
Uma das grandes preocupações da SETREM é com a aplicação prática das teorias debatidas entre professores e alunos em sala de aula. Um dos exemplos está no “Projetão”, um trabalho interdisciplinar apresentado pelos estudantes, que aplicam todo o aprendizado adquirido durante o Curso Técnico em Agropecuária (CTA) para a realização de um planejamento em uma propriedade rural. A ação envolve estudos da viabilidade técnica, econômica, social e ambiental da propriedade e, no primeiro semestre de 2013, envolveu alunos do 4º CTA, 3º semestre.
“No início é realizado um diagnóstico do que há na propriedade, a amostragem de solo para análise, a divisão (em glebas) e medição da área, o levantamento sobre a Reserva Legal, a APP – Área de Preservação Permanente, o inventário de máquinas e benfeitorias e as culturas que estão sendo produzidas na propriedade”, explica o coordenador do CTA da SETREM, Claudinei Márcio Schmidt. A partir de então, é realizada uma análise e são sugeridas algumas mudanças, com um plano de rotação de culturas, cálculos de custos de produção de cada atividade e custos diretos e indiretos.
É realizado também um planejamento das culturas de subsistência, que atendem as pessoas que residem naquela propriedade. “Os alunos fazem a análise social, como aquela família está inserida na comunidade, se participa de sindicatos, se é sócia de alguma cooperativa ou faz trocas de serviços com os vizinhos. A questão ambiental também é avaliada, desde as reservas, o uso correto de agrotóxicos, a adubação conforme a análise de solo, a forma de plantio e o uso de EPIs na aplicação de agrotóxicos”, complementa Schmidt. Com essas análises, os alunos fazem um planejamento da propriedade para um ano agrícola.
A tarefa dos estudantes iniciou com o professor Marcos Garrafa, dentro da disciplina de Culturas Regionais. Os trabalhos exigidos no decorrer da formação do aluno podem ser realizados tendo a propriedade em que será desenvolvido o projeto final como objeto de estudo. O resultado desse estudo é um relatório e maquetes da área da propriedade, que são apresentados a uma banca. Os alunos elaboram um projeto, o defendem perante uma banca formada por alguns professores, que fazem a avaliação e escolha dos dois melhores trabalhos. Os alunos que elaboraram os trabalhos vencedores recebem o troféu Valdir Benedetti, em homenagem ao professor, que teve a ideia e implementou esse processo no curso.
Segundo Schmidt, com o tempo algumas mudanças foram feitas. “Há alguns anos a propriedade em que se realizava o projeto era fictícia. Há três anos começou-se a utilizar propriedades reais, pois permitem a observação da estrutura existente e a sugestão de melhorias e adequações”, ressalta o coordenador, concluindo que o “Projetão” oferece ao aluno a aplicação, através do projeto, de tudo o que estudou de forma fragmentada durante o curso.