Protesto é contra as medidas do Governo Federal que não atacam os reais problemas da saúde brasileira |
Uma paralisação de médicos e estudantes de medicina do Rio Grande do Sul irá ocorrer nesta terça-feira, 30, e quarta-feira, 31, como forma de protesto contra as medidas do Governo Federal que não atacam os reais problemas da saúde brasileira. A mobilização, que atingirá diversas regiões do Estado, nas áreas pública e privada, terá apoio dos profissionais ligados ao Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) de Três de Maio, integrante da Rede Verzeri.
Segundo o Diretor Clínico do HSVP, Dr. Reinaldo Jorge Sawitzki, a iniciativa deste ato é do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (SIMERS) e tem apoio do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers) e da Associação Médica do Rio Grande do Sul (Amrigs). “O objetivo principal é manifestar a indignação da classe médica quanto à forma com que está sendo tratada a saúde no Brasil, como a questão da Lei do Ato Médico, assunto amplamente discutido durante vários anos e aprovado no Senado, mas que teve vetos da presidência”, explica.
“Há, também, a indignação com o fato da tentativa de se tentar resolver de maneira simplista um problema que é complexo e que vem sendo discutido há muito tempo, que é o problema da prestação de serviços em saúde a comunidades pequenas, no interior do país, e que não está sendo tratado de maneira correta”, complementa Sawitzki. Ele ressalta que a ideia é não causar prejuízo aos pacientes e, para isso, todas as consultas estão sendo remarcadas e os atendimentos na urgência e emergência serão realizados normalmente. “O que queremos é mostrar nossa indignação”, exalta.
Como vai funcionar o atendimento:
- Os atendimentos eletivos nestes dois dias estão totalmente suspensos;
- As consultas previamente agendadas serão todas remarcadas;
- Os atendimentos de urgência e emergência ocorrerão normalmente;
- No pronto socorro, serão atendidos somente casos classificados como vermelhos, amarelos ou verdes (conforme novo protocolo adotado pela Urgência/Emergência do HSVP).
Em busca de agilidade
“Estamos acompanhando um movimento que já é popular, não tendo começado com a classe médica, mesmo que já tivéssemos mostrado indignação há muito tempo. A população estava sendo engambelada, ouvindo promessas de um monte de coisas, mas nada sendo cumprido pelo Governo. Estão enrolando a população, mas ela está dizendo basta e nós, médicos, mostramos nossa indignação participando deste ato. Está na hora de o Governo pensar seriamente na saúde, e não fazer política com ela. Quando a pessoa procura os serviços públicos, encontra uma morosidade absoluta, indignante, com demora para o agendamento de consultas, marcação de exames e realização das cirurgias. Nós nos engajamos a uma manifestação popular”, finaliza o médico Reinaldo Jorge Sawitzki.