08 agosto 2013

Colesterol: um risco silencioso

Fazer exames periódicos, regrar a alimentação
e mudar o estilo de vida são fundamentais
para evitar as complicações das doenças
cardiovasculares
Doenças cardiovasculares são as principais causas de mortes no mundo e o fato de serem silenciosas dificulta e prejudica os diagnósticos dos médicos. Um dos principais problemas é gerado pelas altas taxas de colesterol no organismo, que provocam derrame e infarto em casos mais graves. Em busca de conscientizar a população sobre esta importante questão, o dia 8 de agosto foi instituído como o Dia Nacional de Combate ao Colesterol.

Segundo o médico do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) Altair Copatti, o colesterol é um elemento produzido pelo corpo e, em níveis normais, é essencial para a vida. No entanto, em níveis elevados, forma placas de gorduras que aderem às paredes dos vasos sanguíneos e principalmente nas artérias, as deixando rígidas, diminuindo o fluxo de sangue e causando infarto do coração, acidente vascular cerebral e trombose.
Uma das principais dificuldades é o fato de o problema ser silencioso. “O colesterol elevado não produz sintomas, por isso a necessidade de fazer exames periódicos. Pessoas que tenham outros fatores de risco para doença cardiovascular, como o diabetes, a obesidade, o fumo, o sedentarismo e o consumo de bebidas alcoólicas, devem redobrar os cuidados”, recomenda o médico.

Ele ressalta que o melhor tratamento é a prevenção. “É fundamental mudar o estilo de vida, perder peso, manter a pressão arterial controlada, praticar exercícios físicos, reduzir o estresse e estar atento também à manutenção dos níveis de açúcar no sangue dentro da normalidade. Se necessário, é indicado o tratamento com medicamentos”, conclui Copatti.

Cuidados com a alimentação
Dóris Cassol, nutricionista do HSVP, explica que para manter os níveis de colesterol controlados é recomendável seguir uma alimentação balanceada, com alimentos variados e em quantidades adequadas, evitar alimentos gordurosos e de origem animal como salame, torresmo, banha, nata e embutidos, preparando sua refeição com o mínimo de gordura vegetal. “Prefira leite e iogurtes desnatados e evite queijos amarelos e mussarela. Escolha carnes sem gordura aparente e prefira assá-las ou grelhá-las. Aumente o consumo de frutas e de sucos de frutas naturais, diminua doces, frituras e bebida alcoólica e consuma  diariamente  legumes e hortaliças diversificadas, que assim você estará contribuindo para evitar o colesterol alto”, recomenta.

 Alimentos que ajudam a reduzir o colesterol:
- Todas as frutas vermelhas: lotadas de antioxidantes, inibem a oxidação das partículas LDL (o colesterol ruim);
- Nozes em geral: ajudam na redução do colesterol porque são ricas em gorduras poli-insaturadas. Na circulação sanguínea, elas reduzem o LDL;
-Laranja, limão, mamão, ameixa preta, maçã e pera: são ricas em fibras solúveis e antioxidantes e ainda contêm altas doses de vitamina C, uma dupla poderosa contra o colesterol alto;
- Soja: fonte de isoflavonas, o consumo regular de soja ajuda a controlar os níveis de colesterol e colabora também para diminuir a absorção de açúcar;
- Peixes de água doce e marinhos: ricos em ômega 3, substância que auxilia no controle e na redução do colesterol e dos triglicérides;
- Farelos integrais: aveia, farelo de trigo, cereais integrais, linhaça e cevada são conhecidas pelo efeito protetor e ótimas fontes de fibras o que ajuda além da redução do colesterol também na glicose sanguínea.
- Todas as verduras e legumes.

E para beber:
- Suco de uva e vinho: o suco, quanto mais natural, melhor, principalmente se for feito com a casca, pois é nela que é encontrado o resveratrol. Dessa forma você obterá essa substância que é um poderoso antioxidante e que ajuda a reduzir o colesterol. Mas, de acordo com pesquisas, o vinho apresenta uma vantagem sobre o suco de uva, pois ele aumenta o colesterol bom (HDL-colesterol) e por isso contribui ainda mais para a diminuição dos riscos de doenças cardiovasculares. A sugestão de algumas pesquisas é uma taça de vinho tinto por dia, com exceção às pessoas que tem patologias em que a bebida alcoólica é proibida ou em outros casos.