Homem morreu após buscar atendimento em hospital (Foto: Reprodução/RBS TV) |
Um aposentado de Cruz Alta, no Noroeste do Rio Grande do Sul, morreu na noite de quinta-feira (1) após procurar atendimento no hospital da cidade e não ter sido medicado. A Polícia Civil investiga como os médicos agiram no caso. A possibilidade de omissão é levantada pelo delegado Rafael dos Santos.
Por volta das 19h, o aposentado de 56 anos começou a sentir dores no peito. Uma vizinha do homem ligou para o Sistema de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e para o Corpo de Bombeiros, mas não esperou pela chegada das equipes. Em seu carro, levou o aposentado para o Hospital São Vicente de Paulo. No local, alguns setores estavam sem energia elétrica, e o atendimento não foi realizado.
"Cheguei lá e não quiseram atender, simplesmente estavam em uns oito (profissionais) no escuro, sem luz. Se eu levo para lá ele morre? Eu disse 'vocês vão atender ele ou não? Eu preciso de uma maca", contou a vizinha Neuci Brizolla dos Santos.
Depois, Neuci levou o aposentado a um posto de saúde, mas ao chegar ao local o homem não respirava mais. A equipe médica foi até o carro para tentar reanimá-lo, mas não conseguiu. Ele foi vítima de um infarto, segundo os médicos.
"O pronto atendimento prestou socorro ao paciente que chegou. Infelizmente não fomos notificados, comunicados de que o paciente estava vindo do São Vicente. E no mesmo momento estava ocorrendo outra emergência que também já tinha passado pelo Hospital São Vicente, não puderam atender e encaminharam para a UPA", disse a secretária de Saúde, Daniela Hernandez.
A direção do Hospital São Vicente de Paulo disse que irá se pronunciar somente após a realização de uma apuração interna sobre o caso. A Polícia Civil abriu um inquérito para investigar se houve omissão de socorro por parte da instituição.
"A gente vai apurar o que aconteceu. Preliminarmente a gente tem notícia de que teria havido uma omissão por parte do Hospital São Vicente. Em princípio, ao que parece, no mínimo uma omissão realmente ocorreu", destacou o delegado Rafael dos Santos.