03 novembro 2013

"As viagens eram terapia para ela", diz colega de trabalho de vítima de acidente com ônibus

Jurema Borges Vieira, 59 anos, era solteira e não tinha filhos
(Foto: Reprodução)
A Escola Estadual Onze de Agosto, de Nova Prata, não abrirá as portas nesta segunda-feira em luto por uma das suas funcionárias mais queridas. Maria Jurema Borges Vieira, 59, trabalhava na instituição há 19 anos e era conhecida pela alegria e espontaneidade.

Solteira e sem filhos, Jurema era natural do município. O trabalho na escola era sua principal função e sustento. Ela até se aventurou como confeiteira por algum tempo, mas achou na paixão por viajar uma forma de melhorar a renda.

— Ela morreu fazendo o que gostava, as viagens eram terapia para ela — disse a colega de trabalho Sandra Márcia Galli Magoga, 45.

Jurema tinha curso superior em Ciências Econômicas e era, segundo as amigas, muito próxima da família, especialmente, dos sobrinhos. Na escola tinha a função de fazer livro-ponto, matrículas e rematrículas, cuidava dos históricos e transferências. O lado carismático e festeiro garantiu a secretária o título de “rainha das festas de integração”.

— Ela era bem-humorada, brincalhona e adorava viajar — lembrou a vice-diretora Marines Fochesato Dall’Agnol, 52.

As viagens com a empresa de turismo Vivan Tur aconteciam semanalmente, apenas nos finais de semana e, normalmente, eram para o Paraguai. A função de Jurema nas viagens era de guia de turismo. Ela também gostava de fazer os lanches e de indicar as melhores lojas do Paraguai para os clientes.

— A Jurema deixou o legado dela: a alegria. Estava sempre disposta, com alto astral — completou a diretora Salete Mançardo Vivan, 48.

Uma sobrinha da secretária estava no ônibus e não corre risco de morte. A família está em Passo Fundo.