18 novembro 2013

"Ele não é um monstro", diz pai de suspeito de matar jovem em acidente em Porto Alegre

Bruna Lopes Capaverde, 15 anos, morreu após uma
colisão entre a EcoSport do pai e um Corsa
(Foto: Arquivo pessoal / Arquivo Pessoal)
Trancado em um quarto na casa dos pais em Alvorada, na Região Metropolitana de Porto Alegre, o técnico em telecomunicações Diego Alberto Joaquim da Silva, 29 anos, se diz em choque. Ele é acusado de provocar um acidente que matou a menina Bruna Lopes Capaverde,15 anos, na madrugada de sábado, na Capital. Diego chegou a ficar 12 horas no Presídio Central, mas foi solto. Zero Hora conversou com o pai de Diego em Alvorada. Ele diz que houve uma fatalidade.

— Meu filho não é um monstro, um vagabundo, como estão falando. É um pai de família, honesto, trabalhador. Não sabemos o que fazer agora, somos pessoas leigas, não caiu a ficha — afirma Estevão da Silva.

O acidente ocorreu por volta das 5h30min de sábado, na esquina das avenidas Pernambuco e Brasil, no bairro Navegantes. A adolescente voltava de uma festa com duas amigas, na EcoSport conduzida pelo pai de uma delas, quando o veículo foi atingido pelo Corsa e capotou.

O Corsa, que segundo relatos preliminares teria cruzado o sinal vermelho, fugiu do local e foi localizado minutos depois por agentes da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) na Avenida Castelo Branco, próximo à ponte do Guaíba. Estevão da Silva não sabe explicar porque o filho fugiu após o acidente:

— Ele não quer falar, está em choque. Não sei o que passou na cabeça dele naquele momento, ninguém pode julgar. Parece que uma jamanta passou por cima da nossa família.

Testemunhas apontaram embriaguez

Diego se recusou a fazer o teste do bafômetro e foi encaminhado para exame clínico. Em sua descrição, o médico observou que o paciente apresentava "hálito duvidoso", o que evidenciava "sinais clínicos de estar sob influência de álcool", como consta no laudo.

Para o delegado Cristiano Reschke, da Delegacia de Homicídios de Trânsito, os relatos das testemunhas sustentam a hipótese de embriaguez:

— PMs e agentes da EPTC que estavam no local relataram que o rapaz estava embriagado. A minha pretensão é enquadrá-lo por homicídio doloso, com dolo eventual (quando se assume o risco de matar).

Revoltado com a imprudência ao volante que foi determinante para a morte da filha, o administrador de empresas Francisco Capaverde, 50 anos, torce por justiça:

— Não vamos deixar passar em branco. Não é uma questão de querer vingança, mas esse caso precisa ser exemplar para que não volte a acontecer.