Além das acusações de mais de 50 estupros, o médico Roger Abdelmassih também está sendo investigado por manipulação genética e crime fiscal. Ele está preso desde a última segunda-feira no 40º Distrito Policial na zona norte de São Paulo (SP). Na tarde desta terça-feira, os advogados entraram com um habeas corpus, mas o pedido de soltura ainda não havia sido julgado até a noite.
— Eu disse a ele que temos de ter paciência. Apesar de estar abalado, apesar do sofrimento pessoal que ele tem, está confiante em uma decisão favorável — afirmou o advogado José Luis Oliveira.
Além da denúncia por estupro, os promotores do grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) abriram outras duas frentes de investigação sobre as práticas do médico em sua clínica de reprodução humana: manipulação genética e crime fiscal.
Ex-pacientes relataram aos promotores propostas que teriam recebido durante o tratamento.
— Ele pegou a minha mão e falou assim: se a gente não conseguir tirar óvulos seus, a gente poderia usar outros óvulos no lugar dos seus óvulos. Eu falei que não, que eu era contra isso. Daí, ele falou pra mim: 'Você não precisa contar para o seu marido' — relatou uma das vítimas, que não quis se identificar.