A cidade de Santa Rosa, na região Noroeste do Estado, guarda na memória histórias de perseguição e sofrimento durante a 2ª Guerra Mundial. Imigrantes que se instalaram na região, principalmente alemães, foram vítimas da repressão praticada pela polícia política brasileira. Centenas deles foram presos e alguns morreram na Colônia Penal Agrícola, transformada em uma espécie de campo de concentração. O fato está registrado em livros e na lembrança de quem testemunhou as perseguições.
Teresa Christensen (foto), historiadora de Santa Rosa, conta que os primeiros alemães presos forma levados para três celas no porão da antiga sede da prefeitura. “Mas tinha pouco espaço e, como ali era o Centro da cidade, não podiam torturar os imigrantes, pois se ouviriam os gritos. Então foi estruturado um presídio em local mais afastado, hoje a Vila Agrícola, no Bairro Planalto”, explica a pesquisadora.
Teresa revela que a história guarda, desse tempo difícil, as grandes arbitrariedades que tinham como palco a Colônia Penal Agrícola. “Conta-se que alguns colonos alemães e de outras etnias que mal falavam o português, eram levados ao Presídio da Agrícola e obrigados a assinar um documento de venda das colônias que possuíam e logo após eram degolados.
Segundo a historiadora, todos eram obrigados a falar português e as escolas confessionais, mantidas pelas comunidades, tiveram que mudar radicalmente.
No livro”Santa Rosa: Histórias e Memórias”, Tereza Christensen, com base em depoimentos de uma comerciante alemã, já falecida, narra o episódio do atque ao mercado 14 de julho. O fato ocorreu no dia 22 de agosto de 1942, após um comício no qual autoridades teriam instigado a população a invadir casas de alemães e italianos.
Texto resumido de matéria especial do Jornal Correio do Povo do dia 16.08.2009.