28 setembro 2009

Setembro registrou mais do que o dobro da chuva esperada para o mês

A nova onda de temporais que fustigou o Rio Grande do Sul durante o final de semana trouxe vento, granizo, chuvarada, deixou um morto e dois desaparecidos, destelhou casas e fez com que setembro registrasse mais do que o dobro da chuva esperada para o mês. A Defesa Civil gaúcha havia recebido, até a noite de ontem, relatos de estragos em pelo menos 11 municípios devido principalmente à queda de pedras de gelo e a inundações.
Reforçada pelo encontro de uma massa de ar quente que veio do Norte e com um ar mais frio que se encontrava sobre o Estado, a instabilidade atmosférica formou grandes nuvens que desabaram na forma de água e gelo da noite de sábado até a manhã de ontem. Santa Catarina também foi atingida pelo mau tempo – tempestades de granizo atingiram pelo menos 15 cidades e 6 mil pessoas.
Os relatos mais dramáticos da fúria climática, porém, vieram da região serrana. Natural de Canela, Rodrigo Monteiro dos Santos, 38 anos, caiu em uma armadilha ao tentar atravessar uma ponte em uma via de chão batido que dá acesso à Cascata do Caracol e morreu. Como a água já cobria a estrutura, o motorista teria errado o caminho e caído no leito do rio. Outros dois homens viveram momentos de desespero esperando resgate sobre a cabine de um caminhão já quase submerso, no limite entre Canela e São Francisco de Paula, mas foram arrastados pelo aguaceiro antes de serem alcançados pelos bombeiros (leia na página 6).
Segundo Cléo Kuhn, da Central de Meteorologia, o clima segue o padrão demonstrado já no final de agosto por influência do fenômeno El Niño (aquecimento das águas do Pacífico).